Em um vídeo recente, Chris Franklin do Errant Signal apontou uma interessante proposta de Fortnite — uma que me fez reinstalar e apesar de não gostar do título da Epic Games —, e que me fez concordar com ele. Fortnite é um jogo que oferece micro-desafios para que os 99 jogadores que não sairão vitoriosos se divirtam. Se Fortnite é isso, então Fall Guys pega essa ideia e a eleva para o patamar que vencer é tão divertido quanto participar, mas sem (até o momento) as artimanhas que a Epic usa para arrancar dinheiro da sua clientela.
Por que coloco Fall Guys no patamar de Fortnite e não de outros jogos parecidos como Gang Beasts ou Human Fall Flat? Bem, primeiro pois tanto Gang Beasts como Human Fall Flat têm como principal mecânica o confronto direto enquanto Fall Guys é mais sobre uma gigantesca gincana com outras 60 pessoas. O confronto está lá, mas você só começa a se preocupar de maneira mais séria se você não for eliminado no primeiro ou no segundo round. Feito realizado pouquíssimas vezes já que a minha coordenação motora em jogos de terceira pessoa – apesar da simplicidade dos controles – não é das melhores.
Segundo que, ainda que exista o componente “competição”, ele não impede que alguém aprecie tudo que acontece no meio da partida, muito menos te “pune” por acabar em ultimo lugar como em jogos como Jackbox Party ou Mario Party (ainda que o segundo exemplo é mais próximo de um jogo de tabuleiro).
O resultado é a Mediatonic criar um jogo super leve em temática e divertido de jogar. Sim, divertido, eu usei uma palavra que há muito tempo evito de usar. Fazia tempo que eu não apanhava tanto para chegar em primeiro lugar nas gincanas da versão beta e continuava com um sorriso no rosto.
Cada “sessão” é composta de diversas gincanas. Ora era uma corrida para chegar em primeiro lugar enquanto desviava de bolas gigantes, ou manter o equilíbrio em cima de um cilindro giratório, ou — o meu favorito — descobrir qual das portas é real e qual é a falsa. Poucas coisas são tão engraçadas quanto pequenos seres se jogando contra portas só para serem rebatidos para longe, enquanto outros corriam que desesperados pois alguém achou a porta certa.
Até tentaria argumentar que Fall Guys é um caos organizado, mas não é. Ele é o caos na melhor forma possível. Fui arremessado para fora do mapa por conta de uma hélice gigante, escorreguei em alguma gosma e perdi o controle do personagem, errei o timing de um pulo e cai no precipício, etc.
Deixo um abraço especial para a pessoa que, no meio de uma corrida, achou uma boa ideia me agarrar enquanto eu estava aos berros na frente do computador “Me solta, me solta!” mas perdi o equilíbrio e fui atingido por um pêndulo. Fiquei irritado? Que nada, Fall Guys é tão exagerado que não dá nem tempo de sentir alguma frustração, segundos depois eu já estava de volta na fila de espera para a próxima partida. Pouco me importava a pontuação que eu tinha feito, se eu tinha ganho moedas ou não para avançar na progressão de temporada. Eu queria mais, e mais, e mais.
Não gosto de cantar vitória antes de por as mão na versão final de Fall Guys em 4 de agosto no PC e PlayStation 4. Tenho algumas preocupações ao sistema de monetização —já que ele possui uma loja de cosméticos mas estava desativada durante o beta —, o sistema de progressão em si que me pareceu um pouco lento demais (ou eu que estava com pressa de pegar a roupa de pombo), variedade de modos e como o sistema de “temporadas” irá evoluir ao longo dos meses.
Mas, se tudo correr como eu imagino, Fall Guys pode ficar do lado de Exit the Gungeon como um dos jogos mais divertidos publicados pela Devolver este ano.