Depois de acompanhar quatro grandes lançamentos da InXile (Wasteland 2, Torment: Tides of Numenera, Bard’s Tale IV e Wasteland 3), uma coisa é certa: jogar no lançamento é furada. Por isso sabia que “The Battle of Steeltown” – o primeiro DLC para Wasteland 3 lançado recentemente – seria uma boa surpresa.
Disponível no Steam, GOG e consoles a partir de R$27,89 ou como parte do passe de temporada (R$37,99), “The Battle of Steeltown” refina uma série de problemas que eu tinha em relação a versão base de Wasteland 3. O efeito vem de duas frentes: o lançamento da atualização 1.4.0 que adiciona mecânicas de crafting e um maior nuance na narrativa.
A história principal de Wasteland 3 se escora um pouco demais em personagens caricatos e com personalidades fortes; você não precisa saber que a filha de um capitão com desejo de sangue e dominação do Colorado não vai mudar de ideia em relação a matar todos os seus oponentes. Céus, até mesmo a facção que considera o ex-presidente dos EUA Ronald Reagan um “deus” não conseguia sacudir a sensação de ser uma facção genérica por mais que algumas de suas quest fossem no mínimo interessantes.
“The Battle of Steeltown” segue um cainho contrário com facções menores (operários, bandidos) e a própria “protagonista” de Steeltown – Abigail Markham, que comanda toda a operação na região – sendo personagens com mais questões internas e externas.
A InXile não hesita em levantar questões sobre direitos dos operários, a interação com Abigail Markham e o restante do Colorado, como a região ainda se mantém sob poder de uma “ditadura” mascarada como governo. Alguns temas é claro ficam bem abertos a interpretação de cada um e também baseados em interações prévias ocorridas na campanha base, mas é um avanço e tanto para uma desenvolvedora que era tão “8 ou 80” em questão de narrativa.
Ainda que acessível a partir do nível 10, eu recomendo e muito aqueles interessados no DLC começarem ao menos depois de 1/3 da campanha Wasteland 3 completa, ou seja, algo em torno do nível 15 ou 20. Não só por ter um grau de dificuldade maior, mas também vai te fazer apreciar um pouco mais todos os novos inimigos e o novo sistema de crafting, que acaba quase se tornando quase essencial para sobreviver certas batalhas. Além disso, as decisões feitas durante a campanha principal causam diferenças drásticas nos diálogos apresentados em “The Battle of Steeltown”. Não vou entrar em detalhes por ora para evitar spoilers, deixo esses para nossa crítica final que deve sair nos próximos dias.
Aliás, vale lembrar também que Steeltown adiciona novos inimigos também a campanha base, portanto se você é um daqueles que pegou Wasteland 3 no lançamento e está enrolando até agora para começar (eu sei que há alguns de vocês por aí, nem tentem se esconder), agora é uma boa hora.
Devo dizer que eu estou muito mais contente com a direção que Wasteland 3 está tomando depois de “The Battle of Steeltown”. Ao que tudo indica a InXile finalmente acertou a mão no roteiro e no ritmo do combate. Os novos inimigos são bem desafiadores até mesmo para mim que já tinha terminado o jogo base, a ambientação está muito acima do que tinha sido apresentada até então no RPG e a centena de bugs da versão 1.0 de Wasteland 3 aparentam estar corrigidos.
Embora não seja hora de dar um veredito final em “The Battle of Steeltown”, já que quero ao menos jogá-lo mais uma vez com uma party que tomou decisões bem diferentes na campanha base, recomendo bastante para aqueles que ficaram ao menos um pouco investidos na história de Wasteland 3. Que o segundo DLC previsto para o final deste ano venha com a mesma qualidade.
Só por favor, se você está jogando Wasteland 3 e o adorável Major Tomcat na está party, tente mantê-lo vivo por favor? Não quero ver o gatinho ser trucidado por mechas.