Estava diante de uma imensa montanha, a nevasca que teria de enfrentar pelo caminho parecia que não passaria tão cedo. Este cenário não me era estranho, era Lara Croft mais uma vez em busca de um tesouro perdido e mal podia esperar para ver o que vinha pela frente. Após ser lançado no Xbox One e Xbox 360, Rise of The Tomb Raider chega no PC e está à venda no Steam a partir de R$ 129,99.
Sem dúvidas uma das principais características de Lara é a sua determinação. A mesma é posta à prova simultaneamente com a primeira impressionante cena de ação, elemento recorrente durante sua jornada.
A execução deste está totalmente associada com a alta imersividade que o jogo oferece e melhorou o que já era muito bom frente ao título predecessor. O desenrolar da história é cativante, e explicado de forma engenhosa. O jogador começa a entender o seu papel no mundo, mas sem perder o véu do suspense de vista ou ficar confuso.
Como se isso ainda não bastasse para manter a atenção dos fãs, ela se desenrola em um ambiente diversificado, convincente e altamente interativo. Apesar tantos aspectos clamarem excelência no título, ainda assim existe um elemento que consegue se destacar e ser a grande preciosidade de Rise of the Tomb Raider: A jogabilidade.
Para provar o meu ponto, considere um mundo complexo, variado, que ganha vida através de sua fauna nem sempre amigável e das estruturas abandonadas pelo homem em diferentes séculos, mas que às vezes dividem a mesma região. Cada caverna, cada item, tem um pouco de história para aqueles que gostam de conhecer mais sobre o ambiente que exploram. Um trabalho impressionante por parte da Crystal Dynamics
Nesse contexto, a funcionalidade do jogo permite que o jogador interaja e reaja a tudo que ocorre à sua volta. Uma vasta gama de elementos estruturais pode ser usada de formas distintas para a locomoção. Para alguns, bastam as mãos; para outros, são necessárias ferramentas, que vão sendo adicionados ao inventário de Lara conforme a história avança.
Cada novo recurso de mobilidade é introduzido de forma intuitiva, como acontece em todos os outros pontos do jogo. Além disso, as mecânicas no geral são dotadas de animações bem polidas que agradam até mesmo olhos mais críticos.
Outro ponto interessante é interatividade involuntária de Lara com o ambiente. Mais uma vez a Crystal Dynamics faz um ótimo trabalho na animação. A protagonista exibe comportamentos involuntários que dependem apenas onde se encontra, os efeitos disso são encontrados desde nas paredes que servem de apoio para quando Lara correr muito perto delas até nas nevascas que levam a exploradora a se abraçar numa tentativa desesperada de reter o calor em seu corpo para então estender suas mãos na direção do primeiro fogo que encontrar.
Um dos pontos interessantes é que o jogo remove a necessidade de ativamente encontrar cobertura em situações adversas; a partir do momento que a personagem percebe perigo, muda sua postura imediatamente e passa a se proteger atrás de todo objeto.
Para ajudar no combate, Lara pode usar seus instintos de sobrevivência para criar itens como bombas, coquetéis molotov e outras artimanhas. Junto a isto está a visão aprimorada de Lara que pode revelar pontos chave do local em que se encontra e dar dicas sutis do próximo passo a ser tomado ou de passagens secretas com segredos muito úteis.
Dessa forma, um mundo tão completo e funcional até faz com que o jogador esqueça que está limitado a um único caminho. Para mim, Rise of The Tomb Raider é um exemplo de como um jogo linear deve ser executado
Tamanha funcionalidade ocorre em um mundo bonito, mas pode preparar um PC poderoso para isso. É indiscutível que mesmo em configurações de vídeo abaixo da capacidade máxima, os gráficos são impressionantes. Na verdade, até mesmo máquinas extremas não estão conseguindo lidar totalmente com o título em configurações extremas. Pessoalmente, tenho dificuldade em aceitar que o jogo foi mal otimizado e prefiro acreditar agora é a vez do hardware de evoluir. O culpado por isso não ter acontecido ainda fica em algum lugar entre os fabricantes e a minha carteira.
Quanto ao som, é válido afirmar que ele representa uma contribuição considerável para o realismo do título e faz uma passagem sempre positiva ao longo da história. Entretanto, não apresenta nenhuma característica inovadora ou músicas que serão relembradas anos depois.
Toda a produção foi muito bem executada. Mas como tudo nessa vida, nada é perfeito. Existem inconsistências momentâneas, dentre as quais se destacam principalmente os saltos que Lara executa de um lugar para o outro e fazem com que o jogador morra e volte ao último checkpoint algumas vezes durante sua experiência.
Por mais que alguns possam ter torcido o nariz quando um reboot foi anunciado em 2013, Rise of the Tomb Raider consolida essa nova era da franquia e tem motivos mais do que suficientes para agradar tantos os novos quanto os fãs antigos. Um jogo espetacular em todos os aspectos.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela Square-Enix