Parece estar tudo certo e então um movimento errado faz com que tudo desabe, todos os cálculos dos últimos trinta minutos foram embora, a única coisa que restou é o corpo de seu soldado. A tensão e planejamento que se encontra na série XCOM volta mais uma vez para XCOM Enemy Within, dessa vez, melhor ainda.
Por se tratar de uma expansão, as adições foram feitas na campanha principal, ou seja, nada de história completamente nova, apenas um refinamento do que já existe.
A grande mudança vem da nova facção, a Exalt. Dessa vez, os aliens não são a nossa única ameaça. Essa facção, formada por humanos e humanos-robôs, utiliza o mesmo arsenal que você e tem como propósito principal desacelerar seu progresso na campanha.
Para eles, foram adicionadas novas mecânicas em Enemy WIthin. Um de seus soldados, por exemplo, agora tem de se infiltrar na base dos Exalt para roubar informações ou destruir as comunicações. Assim que seu trabalho estiver pronto, você precisará resgatá-lo do inimigo.
Não pense, porém, que enemy Within não guarda surpresas para os alienígenas, muito pelo contrário.Os alienígenas não somente estão mais fortes, com novas unidades, como também oferecem mais recursos, o que é o caso do Meld.
Meld é como se fosse uma moeda de troca para uma das principais adições na expansão, a possibilidade de modificar geneticamente os seus soldados. Esse recurso só é encontrado no mapa de combate, só que ele tem um tempo de vida limitado. A cada turno que se passa, ele tem uma chance maior de desaparecer.
Sendo assim, o jogador tem de rever toda a sua estratégia para o combate. Não foram poucas as vezes que nos vimos prensados entre um ponto de captura de Meld e uma horda de aliens furiosos sedentos por nosso sangue.
Primeiro que, no tutorial os pontos de captura de meld não tem tempo para expirar, o segundo que é apenas uma missão para acostumar o jogador.
Isso se estende para quase tudo que Enemy Within adiciona. Enquanto XCOM Enemy Unknown segurava a mão do jogador por em torno de uma hora e tanto, dessa vez nada ocorre.Por um lado é muito bom, já que vais direto para a ação. Por outro, as vezes você pode se sentir perdido no que fazer em seguida dado a quantidade de mecânicas novas.
Como falamos anteriormente, o meld é usado para pesquisas genéticas, uma das mecânicas novas em Enemy Within. Essa tecnologia permite maiores habilidades para os soldados, alguns podem regenerar vida em combate, outros tem visão aguçada, resistência a fogo, a explosões e por aí vai.
Há um porém, seu soldado precisa ficar inativo durante cinco ou mais dias enquanto as modificações genéticas estão sendo implantadas nele. Nada mais divertido quando decidimos fazer isso e no meio do processo uma invasão alienígena ocorreu em Paris. Estávamos sem dois dos nossos melhores soldados e perdemos a missão.
Enemy Within continua a punir aqueles que não pensam direito ou não sabem posicionar suas tropas no campo de batalha. Nesse quesito, foram poucas mudanças. Suas tropas contam com dois movimentos por turno e tem de avançar no mapa para completar os objetivos.
Aliás, a personalização dos soldados é muito mais robusta dessa vez. Há mais armaduras, equipamentos, armas e itens cosméticos para sua tropa. Em conjunto, foi criado o sistema de medalhas.
As medalhas são obtidas com certas ações feitas durante as missões. Essas funcionam de maneira similar as modificações genéticas, oferecem bônus passivos para seu soldado, só que não é necessário um tempo para ser implantado.
Mas nem tudo são flores em Enemy Within. Seu grande problema é dificuldade, pois ela é completamente desbalanceada. Sua campanha, a qual terminamos em cerca de doze a quinze horas, se divide exatamente duas partes:
A parte que você se irrita continuamente com seus soldados, perde todas as missões, parece que vai perder toda a campanha .Quando você pega a tecnologia robótica e tudo fica tão fácil que chega a não ter graça.
XCOM Enemy Unknown também sofria do mesmo problema, só que apenas nas dificuldades normal e Easy. Se você souber planejar seus movimentos, Enemy Within consegue ser relativamente fácil até mesmo no Impossible.
Essa tecnologia que falamos acima adiciona um mech no campo de batalha. Os alienígenas também tem os deles, só que, com a quantidade certa de melhorias, o seu robô vira uma máquina da morte. Da missão em que conseguimos ele até o final da campanha não perdemos mais um soldado. Isso que jogamos no modo “classic”, que é o “difícil”.
Não pense que Enemy Within é só singleplayer, o modo multiplayer também teve suas modificações. A mais importante, é claro, é a adição dos Exalt na escolha da facção, assim como novos mapas.
No geral, ele continua a ser a parte mais fraca do game. Em seu antecessor a Firaxis não tinha investido muito tempo ou recursos nesse modo e isso se torna aparente mais uma vez. Sua estrutura é básica, dois jogadores escolhem suas facções e realizam as suas ações por turnos.
Infelizmente, Enemy Within não corrigiu um bug que tem assombrado desde o lançamento de Enemy Unknown. Algumas vezes, quando o seu soldado vai disparar, o jogo começa a ficar lento e a ação que demoraria 10 ou 15 segundos, demora quase um minuto. Pelo menos esse foi o único problema técnico que encontramos, pois de resto está impecável, coisa rara nessa geração.
XCOM Enemy Within pode ser fraco em relação ao seu balanceamento, assim como conter pouca adição ao multiplayer. Em contrapartida, se és um fã da série, quer uma desculpa para voltar a jogar a campanha, mais conteúdo, pesquisa e muitos aliens mortos; não perca tempo, compre-o, pois não irá se decepcionar.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela 2K Games