O mais novo título da franquia Total War, Rome II, chegou às nossas mãos. Ele vem se mostrando um jogo com muito potencial, mas que simplesmente ainda não foi polido o suficiente.
Começamos nossa jornada na campanha de prólogo, que também funciona como tutorial. Diferentemente de seu predecessor, Shogun 2, que não dotava de linearidade nas fases que introduzem o jogador à série, Rome II só libera a segunda missão se a primeira já tiver sido completa.
Isso significa que um jogador que já conhece o básico vai ter de fazer tudo de novo antes de partir para conceitos mais avançados? Sim. Mas não acreditamos que isso seja problema, uma vez que a história que o tutorial conta acaba prendendo e entretendo ao mesmo tempo que cobre absolutamente todos os tópicos necessários para se jogar Total War: Rome II.
A primeira missão é uma batalha. Trata-se do cerco de Cápua, onde o jogador deve dar assistência ao exército que está se defendendo dos Samnitas. Tudo começa muito básico, com o sistema ensinando a movimentar a câmera. Para isso, foram implementados pontos de interesse nocampo de batalha para que o jogador ficasse a par de tudo que está acontecendo enquanto domina a função.
Em seguida, é possível controlar uma pequena tropa morro abaixo em direção aos primeiros combates. A partir daí, a batalha só esquenta, mas não há porque se preocupar se você é iniciante. O sistema vai te acompanhar do começo ao fim, basta seguir as instruções que tudo ocorrerá como planejado. Acreditamos que o tutorial dá muito mais segurança aos novatos em relação aos predecessores da franquia. No final da batalha, ocorre uma surpresa que não estragaremos e tudo ocorre como planejado.
A partir daí, começa a segunda parte do tutorial. Nela, o jogador ganha acesso ao mapa da campanha e aprende a administrar o império.
Muitas melhorias foram feitas em relação ao predecessor; a que mais nos chamou a atenção foi juntar diferentes cidades em regiões, o que facilita muito a administração, uma vez que é possível visualizar com apenas um clique todas as construções que existem no local, evitando repetições e maximizando a produtividade.
A mecânica referente à felicidade da população mudou. Ela também é em comum às regiões, mas não é algo constante. Diferentemente de recursos como comida, que permanecem iguais até que sejam gastos, a felicidade varia a cada turno que passa, possibilitando prever rebeliões e também forçar um pouco a barra para determinadas estratégias.
Agora fica bem difícil de passar um turno antes da hora. Se o jogador não está pesquisando nada ou tem um general com habilidades para serem escolhidas, ele terá que confirmar a mudança de turno ou cancelar e resolver o que falta. Minimizando a perda de tempo.
Ao decorrer das horas necessárias para completar essa etapa do tutorial, o jogo continua acompanhando o jogador com tudo que deve chegar ao conhecimento dele. Em nenhum momento sentimos que algo ficou faltando, mesmo depois de partirmos para a campanha normal, que conta com explicações sucintas complementares ao tutorial. Conforme o tempo passava, o sistema foi chamando cada vez menos a nossa atenção, sempre falando apenas o necessário. Eventualmente tivemos autonomia total para cumprir os objetivos da melhor maneira que encontramos.
A terceira parte começa quando o jogador faz o seu caminho até a capital dos samnitas e a cidade está em cerco. Conceitos desse tipo de batalha são explicados. Entre eles, as ferramentas de cerco que só podem ser construídas quando seu exército já está na porta do inimigo e levam alguns turnos para ficarem prontas.
O cerco tem muito menos ajuda que os primeiros conflitos, mas isso não é algo ruim. Acreditamos que o jogo nos preparou suficientemente bem para esse momento ao ponto de dispensar a necessidade de pegar na nossa mão e nos levar aos portões da cidade inimiga. Conseguimos conquista-la sem maiores dificuldades.
Além das batalhas convencionais, foram introduzidos dois novos modos de guerrear: Batalhas anfíbias, onde os soldados podem desembarcar de navios e partir para o combate na terra, e as emboscadas, onde apenas o exército atacante pode dispor suas tropas pela floresta de tal forma que cause o maior dano possível no exército que está marchando na estrada morro abaixo. Com isso, não há nada que nos impeça de explorar o resto do jogo.
Campanha
Partindo para a campanha propriamente dita, a coisa muda, pra pior. Ainda no menu, nada de errado. Temos inúmeras facções para serem escolhidas. Cada uma possui famílias diferentes que oferecem séries distintas de bônus. Essa escolha não afeta a região que o jogador inicia sua conquista; as mudanças são meramente políticas, coisa que será explicada em breve.
A escolha de facção também altera a dificuldade inicial que o jogador terá. A diferença entre iniciar a campanha como Roma, que possui um desafio inicial fácil, ou como Esparta, que já não é bem assim, foi que nessa começamos com uma cidade e um exército que deixa a desejar e naquela já temos o controle parcial de duas regiões, várias cidades e mais de um exército.
Além disso, é possível prever quais as condições de vitória para a sua facção sem nem sair do menu. Ela pode ser conquistada através de meios militares, culturais ou econômicos. Seja qual for sua escolha, vão ser inúmeros objetivos. Isso significa que é sensato escolher um desses meios e focar nele.
É aí que os problemas começam. O mapa da campanha é infinitamente maior em relação ao mapa do tutorial. Houve uma queda drástica no desempenho, tivemos que reduzir as configurações gráficas duas vezes para ter uma chance de entender o que estava acontecendo.
Cuidamos de tudo que precisava da nossa atenção e terminamos o turno. Foi nesse momento que desejamos ter um livro em mãos. A inteligência artificial levou eras para jogar com todas as facções. Em alguns momentos, essa transição durou mais tempo que as minhas próprias jogadas. Definitivamente algo que precisa da atenção dos desenvolvedores.
Além disso, não aconteceu nada diferente do que havíamos visto no tutorial. A Creative Assembly fez um ótimo trabalho em cobrir todas as bases.
Multiplayer
Para jogar Total War: Rome II com outras pessoas, existem três maneiras: Uma delas é a Campanha Multiplayer que testamos e funciona praticamente como no single-player. A diferença é que existirão duas facções controladas por pessoas e a opção de limitar o tempo de turno, que é o ideal.
Nas batalhas que envolverem ambos jogadores, uma decisão pré-configurada entrará em vigor caso os lados não entrem em consenso.
Encontramos alguns problemas como dificuldade de sair da tela de diplomacia e uma queda muito brusca no desempenho em alguns pontos.
Outra maneira de se jogar Total War: Rome II online são as quick-battles, que se mostram muito eficientes para os impacientes. O jogo encontra outra pessoa automaticamente, os dois montam o exército, definem a formação e se encontram no campo de batalha. Também é possível criar e se juntar a “salas” que oferecem mais opções de configuração.
Desempenho
As primeiras versões de Total War: Rome II estavam com o desempenho péssimo. Computadores respeitáveis estavam rodando com uma quantidade mínima de quadros por segundo e a inteligência artificial dos exércitos tomava decisões no mínimo cômicas. Há quem diga que Rome II é um título para deixar passar reto.
Não é bem assim, os desenvolvedores do game estão se dedicando em melhorar a qualidade do jogo e, apesar de ter começado com o pé esquerdo, o progresso que algumas poucas atualizações fizeram é muito significativo.
No início, até o meu computador, que é um senhor computador, não rodava a mais de 10 ou 15 fps. Felizmente isso melhorou, não muito, mas está no caminho certo. Uma das coisas que gostaria de ver ser adicionado são mais opções de Anti-Aliasing, assim como temos em Shogun 2.
Conclusão
Total War: Rome II é um excelente título e faz jus à famosa franquia. Tanto a beleza quanto a jogabilidade evoluíram muito em relação ao seu predecessor, Shogun 2. O único detalhe é que a performance pede um pouco de paciência dos fãs da série. Nosso palpite é que o jogo ainda tem muitas melhorias pela frente, já que outras atualizações foram anunciadas.
Enquanto isso, o leitor interessado provavelmente não vai conseguir acompanhar suas batalhas na configuração gráfica máxima, mas definitivamente é um título que os fãs da série têm abundância de motivos para comprar.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela SEGA