O que seria o mundo “stealth” sem Splinter Cell? Um lugar melhor? Alguns poderiam afirmar após os lançamentos desastrosos da franquia nos últimos anos. Felizmente, Splinter Cell Blacklist está aí para tirar esse gosto amargo da boca.
Bem, o importante de início é que Sam Fisher está de volta, notou algo de diferente? Se sim, sua dublagem. Michael Ironside, o dublador original foi embora e Eric Johnson agora está em seu lugar.
Nas primeiras horas, isso me incomodou um tanto. Após tantos anos de Splinter Cell, ouvir alguém que não seja a voz de Ironside é estranho, assim como será em Metal Gear Solid V agora que não temos mais David Hayter no papel.
Como isso é algo de costume, você uma hora parará de notar para aproveitar as maravilhosas fases.
Além de permitirem diferentes abordagens em seu gameplay, cada área foi muito bem detalhada com objetos, panos e outros pequenos apetrechos que as tornam realistas.
De áreas abandonadas na Inglaterra a uma mansão no Uruguai, todas as fases me agradaram demais ao visitá-las.
Uma campanha sem pé nem cabeça
Apesar do design de fases louvável, Splinter Cell Blacklist não tem a sua história como um forte. Tudo bem, a série nunca foi de ter tramas de qualidade, mas até o vilão principal não tem graça.
Isso acaba por prejudicar um pouco a experiência, já que as fases seriam muito mais interessantes se tivéssemos mais motivação para jogá-las.
Você é um daqueles que busca ser o mais furtivo o possível, Blacklist oferece três tipos de gameplay diferentes.
Ao final de cada fase, o jogador recebe uma pontuação distribuída nos estilos abordado. Combat, para quem atacá-los de cara, sem o menor dó. Phanter, para aqueles que matem ou deixem os inimigos desacordados antes que eles notem a presença de Fisher.
Por fim, stealth, somente para os mais experientes. Nesse caso, você tem de passar pelas áreas sem ser descoberto, evitar alarmes ou cachorros.
Sinceramente, escolhi o método phanter dado a dificuldades de tempo. Aqueles que tem bastante paciência ficarão felizes em saber que Splinter Cell Blacklist pode ser terminado sem matar uma única pessoa. Boa sorte, porém.
Personalização
Gosta de customizar o seu personagem? Pule de alegria. Dá para editar praticamente tudo do Sam Fisher. Roupas diferentes, cores do seu óculos, estilo do seu óculos. Tudo isso traz uma vantagem e um prejuízo, que se adequam aos estilos de jogo descritos acima.
Existem roupas que aumentam a armadura, porém os inimigos podem te ver mais facilmente. Já outras que te deixam super. fraco, mas é mais difícil que o inimigo te encontre.
Isso se estende para as armas, as quais recebem melhorias ópticas, silenciadores, diferentes tipos de munição e por aí vai.
Para isso, é necessário obter dinheiro ao completar missões e objetivos secundários durante as mesmas. Tais objetivos incluem encontrar pendrives pelo mapa, roubar dados de laptops e capturar HVPs (Highly Valuable Person), coisas como terroristas buscados pela CIA.
Pelo o que senti, dinheiro não é um problema, se você faz as missões direitinho, em poucas horas nadarás em um rio de ouro onde poderá comprar todas as armas e gadgets possíveis. Felizmente isso não acaba com a diversão, só aumenta.
O componente online
Tanto o famoso spies vs mercs como o modo cooperativo voltam para Blacklist.
O primeiro é possivelmente um dos modos multiplayer mais divertido que já joguei. Funciona da seguinte forma:
Uma equipe é formada por espiões, que usam uma visão em terceira pessoa e usa elementos furtivos para hackear terminais, obter informações importantes dentro de um mapa.
Já a segunda equipe, como o nome sugere, são mercenários contratados por uma empresa privada. O objetivo deles é evitar que os espiões obtenham a informação. Para isso, eles tem um poderoso arsenal com metralhadoras, granadas e outros apetrechos.
Sendo assim, há uma grande disparidade entre as equipes, prepare-se para demorar umas boas horas a aprender a usar como.
Se será realmente util, só o tempo irá dizer, já que no momento ele se encontra profundamente desbalanceado a favor dos espiões.
Apesar de todo o arsenal, os mercenários não são páreo para os espiões, as armas deles são muito fortes, recarregam muito mais rápido. Acaba por assim, se tornar um evento de frustração atrás de frustração.
Já o cooperativo de Splinter Cell Blacklist é especifico para fases dadas por seus ajudantes, como Grimm e Briggs. Recomendo as fazer com um amigo caso não tenha um headset de PlayStation 3, já que é uma grande dor de cabeça fazer com que a outra pessoa entenda o que é para fazer.
Basicamente, as missões são no esquema: “plante um bug”, “roube informação” e por aí vai. Não são muito imaginativas, mas estendem a vida útil.
Quanto a problemas de conexão? Nenhum, ainda bem. Uma experiência completamente diferente a de Ghost Recon – Future Soldier, onde tive a 38º festa do cai-cai.
Tecnicalidades
Para essa review, utilizamos como base a versão de PlayStation 3, a qual nos impressionou positivamente.
A iluminação, para um console está excepcional, assim como a modelagem de Sam Fisher, os coadjuvantes da trama e o cenário em si. O grande destaque vai mesmo para a animação.
Muitas pessoas podem ficar irritadas com tal descrição, mas falamos de uma animação nível Uncharted. Sam Fisher conta com uma gama de animações para cada ação, desacordar inimigos, pular muros, usar uma zip line e muito mais.
Houveram momentos em que eu refazia uma fase apenas para ver como Sam reagia a diferentes aspectos e ações minhas.
Outro aspecto que merece parabéns está na dublagem em ingles e a sincronia labial, principalmente nas conversas pré-missão. Infelizmente a animação dos coadjuvantes não chega perto a de Sam.
Splinter Cell Blacklist chega aos pés de Chaos Theory? Talvez não, mas não deixa de ser o melhor título da franquia desde Double Agent. Pode não agradar a todos, mas foi louvável as mudanças de design para agradar tanto os novatos como os veteranos.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela Ubisoft