São poucas as séries que mesmo após tantas expansões, conseguem se manter relativamente interessantes para novos e antigos jogadores de uma franquia. SpellForce 2 e a sua mais nova expansão, Spellforce 2 Demons of The Past mantém essa tradição.
Com sua primeira versão lançada em 2006, Demons of The Past é o último pacote de conteúdo que veremos até SpellForce 3, felizmente ele termina da melhor maneira possível.
A história começa a partir do ponto que Zazhut foi libertado, enquanto a raça dos Shaikan está enfraquecida. Na pele do líder do Shaikan, você deve ir até o reino dos deuses junto com seus amigos para destruir os poderes de Zazhut.
Caso não tenhas jogado Spellforce 2, você vai se sentir consideravelmente perdido no início da história. Felizmente, o jogo te conecta melhor com os personagens e todo o enredo.
No fim da campanha, você consegue apreciar o trabalho da Nordic Games e a Mind over Matter para desenvolver uma expansão que atraia novas pessoas a série.
O jogo conta com um total de 8 mapas gigantescos, mais de 80 quests e sidequests, novos itens e novos modos tanto multiplayer como single player.
A maior parte do tempo passamos na campanha, que é insanamente grande. A empresa promete 25 horas de duração, enquanto eu a terminei em 30 ou mais horas.
Nos oitos mapas descritos acima, você recebe uma enormidade de quests para serem completadas com seu herói e seu exército. Algumas envolvem defender locais, destruir bases, resgatar sobreviventes e por aí vai.
É nesse momento que Spellforce 2 Demons of The Past se distancia de outros RPGs tradicionais, já que incorpora elementos de RTS ao combate.
Além de seu herói e companheiros, você deve comandar um exército, construir unidades e coletar recursos espalhados pelo mapa.
Apesar da mistura interessante, Demons of The Past continua mais forte no aspecto RPG do que RTS. Dado a idade de seu motor, a movimentação das unidades pelo mapa é meio problemática. Eles ainda batem em paredes aleatórias, não fazem o caminho mais inteligente para chegarem ao ponto designado e por aí vai.
Outro problema surge na falta de algumas hotkeys essenciais, como melhores formas de gerenciar suas unidades e por aí vai.
O desenvolvimento de seu personagem, encontrar loot ao derrotar monstros espalhados pelo mapa, novos poderes especiais, porém, é muito interessante e foi o ponto que me fez continuar a história. Spellforce é como se fosse um parente muito distante de Heroes of Might & Magic em tempo real, não poderia deixar de sair coisa boa, não é mesmo?
A campanha também tem seus deslizes, porém, muitos desses relacionados a sua dificuldade. Enquanto diria que 80% do tempo posso considerar como “fácil”, algumas batalhas foram extremamente difíceis.
Em pontos, tive de gerenciar minhas unidades quase que uma por uma para atacarem as edificações corretas enquanto tentava fazer com que um monstro não acabasse com meu exército em segundos.
Isso tornou a experiência frustrante em partes. Se tens um tanto de conhecimento em games de estratégia, não será problema para você.
Na parte técnica, não podemos deixar de parabenizar a Mind over Matter por praticamente tirar leite de pedra e tornar os gráficos de Spellforce 2 Demons of The Past os mais atuais possíveis. Claro, não temos todas aquelas animações e efeitos dos jogos atuais, não pareceu ser um empecilho para mim.
O suporte a novos shaders e alguns efeitos visuais mais atraentes ajudou bastante a tornar a experiência de se jogar algo em um motor gráfico de oito anos muito mais prazerosa do que imaginava.
Sua trilha sonora não me agradou muito, devido a uns bugs as músicas de batalha e de ambientação se misturam de uma maneira bizarra. Quase que como elas tocassem juntas, fica uma zona e chega a dar dor de cabeça.
Não deixe os gráficos um pouco antiquados ou os bugs que apontei lhe desencorajar, porém. Spellforce 2 Demons of The Past é um ótimo jogo, repleto de conteúdo e por R$ 30? Não pensaria duas vezes em compra-lo.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela Nordic Games