Existem dias que eu quero jogar um game de estratégia sem pensar em Build Orders, sem pensar em cair no matchmaking com alguém irritante, apenas conquistar territórios e derrotar meus oponentes. SPACECOM entra exatamente nesse conceito.
Desenvolvido pela Flow Combine e distribuído pela 11Bit Studios (Anomaly: Warzone Earth / Anomaly 2), SPACECOM é um game de estratégia ambientado no espaço. No controle de uma nação, você deverá conquistar sistemas solares, desenvolver naves, explorar, dominar territórios, invadir os do seu oponente e derrota-lo.
Tudo isso é feito em uma interface super simples de entender. Ao contrário de games como Galactic Civilizations, onde você pode desenvolver a sua nave, SPACECOM conta com três tipos de naves disponíveis.
Aí que está a graça do jogo, saber aproveitar os seus recursos e dominar os territórios para enfraquecer o inimigo. O importante não é criar uma frota gigante e ir com tudo no inimigo, mas saber o tempo e o caminho correto ao fazer isso.
É importante notar que uma interface simples não significa que o jogo também é. O meta-game de movimentação estratégica me lembrou muito o que passei com Unity of Command, onde você não podia apenas derrotar o inimigo, mas sim avançar de maneira constante.
Durante as partidas de SPACECOM, vi outros jogadores me derrotarem por cortarem os meus recursos e me deixar sem sistemas solares para reconstruir a minha frota. Já outros atacavam bem no início da partida e tentavam dominar o máximo de setores possíveis.
Não pense que isso dura horas, na verdade dependendo de como o combate se desenrola no início da partida, é capaz de acabar em minutos.
Em uma partida específica meu oponente destruiu dois sistemas solares próximos ao meu, enquanto dominava um bom pedaço do mapa. Isso fez com que os meus recursos acabassem e eu ficasse na mão com apenas uma pequena frota de naves invasoras.
Apesar de ter gastado dez horas com o jogo, sinto que não cheguei a ver nem 1/3 de todas as táticas que estão disponíveis em SPACECOM. Se a comunidade vingar, tenho certeza que verei muito mais ao longo dos meses.
Quem já é veterano em estratégia verá que ao jogar tanto com a AI ou outros jogadores, há um certo incentivo em buscar novas táticas para vencer. Não por meio de experiência, mas de maneira inconsciente pelo layout dos mapas.
Alguns deles oferecem ao jogador uma chance de cortar o inimigo de suprimentos importantes, ou talvez fazer com que ele dê uma volta mais longa para isso.
Outro triunfo da Flow Combine é como que com poucos dados, boa parte do que você precisa saber está na interface. Falo boa parte pois gostaria que a interface mostrasse um pouco mais ao invés de se basear completamente no mouseover.
Por exemplo, caso tenha duas frotas atacando em fronts diferentes, não posso saber como está o confronto até colocar o mouse em cima dela. Uma pequena lista de combate e produção teria ajudado bastante.
Com isso, SPACECOM é perfeito para jogar com os amigos, que bem, é algo bom e ruim. O bom é que se você já tem um grupo de amigos que curte estratégia, você pode pegar um pacote para quatro jogadores.
O problema é que aqueles solitários terão de se conter com a AI ou pegar a sorte de encontrar um lobby aberto. Infelizmente SPACECOM não possui matchmaking e a falta disso prejudica quem só quer sentar e jogar uma partida em uma sexta à noite, por exemplo.
O principal motivo o qual joguei bastante Starcraft e Company of Heroes, dois títulos que eu perdi bastante tempo no multiplayer foi dado a facilidade de achar partidas com jogadores do meu nível graças ao Matchmaking. Isso não aconteceu por exemplo, em Wargame Red Dragon, um RTS mais baseado em lobby.
É compreensível que não posso exatamente equiparar os jogos, já que falamos de três distintos games de estratégia, mas ainda assim um matchmaking faz falta.
Além do modo online, ele também conta com um tutorial bem produzido para lhe explicar as mecânicas, um modo combate e algumas missões. Se removermos o tutorial todo o resto pode ser ignorado, apesar de ser um bom modo para treinar novas táticas.
SPACECOM impressiona pela gama de opções oferecidas com uma opção limitada de unidades. Quem é fã da temática espacial deveria dar uma chance a ele. Ele não te pune por não saber jogar e te incentiva a explorar uma maneira mais inteligente de derrotar seu inimigo.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela 11 bit Studios