Faz tempo que não jogava um adventure, que cheguei a me esquecer de todas as partes boas e ruins. Senti isso com The Raven – Legacy of a Master Thief.
Desenvolvido pela King ART e Nordic Games, você entra no papel de Anton Jakob Zellner, um policial suíço que tem como objetivo resolver o mistério do roubo de uma joia conhecida como Eyes of the Sphinx.
Assim como quase todo point and click dos últimos 20 anos, The Raven – Legacy of a Master Thief continua a mesma tradição de encontre peças, interrogue pessoas, resolva quebra cabeças sem pé nem cabeça e procure no cenário por detalhes minúsculos.
Falando em cenário, a King ART desenvolveu uma estética belíssima para The Raven, tanto o cenário como seus personagens esbanjam carisma. A atuação deles não é tão boa, porém, mas nada que incomode.
Agora o problema mesmo, está em sua trama. Veja bem, The Raven foi lançado por episódios ao longo de diversos meses, como The Walking Dead e outros jogos da Telltale games. Começa com o personagem tentando resolver a verdadeira identidade do antagonista, o ladrão The Raven.
Até aí, tudo bem, esperado, só que tudo vai por agua abaixo, já que isso é resolvido no segundo episódio. O terceiro é praticamente mais do mesmo, o que decepciona demais.
Do começo ao fim, a trama não me prendeu o suficiente. Não consegui me importar com os personagens, todo o assunto do roubo e por aí vai. Isso é algo que os adventures atuais tentam melhorar, criar uma ligação do jogador com o personagem.
Nesse caso, parecem apenas bonecos na tela e você está de espectador em sua peça de teatro, sem poder afetar diretamente em seu desenvolvimento.
Outro problema são os puzzles. Não deveria reclamar disso, mas simplesmente não tenho tempo mais para ficar quebrando a minha cabeça para entender o que tem de ser feito em uma cena. Parabenizo aqueles que tem, mas não é algo mais pra mim.
Existem maneiras mais inteligentes de se criarem quebra cabeças que são tão interessantes quanto desafiadores. Essa geração atual não tem capacidade para completar um Myst ou algo parecido, o que é uma pena.
Tivemos poucos problemas técnicos, algumas cenas cortaram do nada, meu personagem ficou preso em portas aleatórias e por aí vai.
De forma geral, The Raven – Legacy of a Master Thief é um adventure bem oldschool, tanto nas partes boas como nas partes ruins. Se você sente realmente falta disso, recomendamos plenamente a sua compra. Se não, é melhor partir para outros estilos de jogos, mais focados na exploração e personagens.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela Nordic Games