Se fossemos fazer uma lista de games de estratégia mais complexos do mercado, Men of War estaria nessa lista. Men of War Assault Squad 2 continua a sua tradição de prover simulação e simplicidade na medida certa, mas até então apenas para os veteranos da franquia.
Tecnicamente teríamos de chama-lo de um RTT, ou Real Time Tactics, um subgênero de estratégia. O foco dele está nas ações das unidades (micro), enquanto não há um sistema de construção ou qualquer coisa parecida.
Poucas mudanças no single player
Seria demais falar que o single player de Men of War Assault Squad 2 é ruim. Mas, não chega a ser lá essas coisas. O game permite que você jogue com uma das diversas nações que lutaram na segunda guerra mundial em algumas missões. Você pode conduzir um ataque japonês no pacífico, ou enfrentar os aliados enquanto joga com a Alemanha na normandia, por exemplo.
O problema do single vem da falta de variedade de missões. Até mesmo no primeiro Men of War elas eram divertidas de se fazer já que eram poucos os games que ofereciam isso. Agora, após tantos Men of War, elas ficam cansativas.
É sempre a mesma estrutura de: Defenda um ponto, contra ataque e conquiste o mapa. Salvo uma ou outra missão de infiltração com um grupo de soldados ou um ataque direto.
Considero o single player meio como uma área de treinamento, para você conhecer como cada unidade de uma nação funciona. Não existe uma trama principal nem algum vilão por trás das coisas. Apenas guerra. Nesse caso não é um ponto negativo, já que Men of War Assault Squad 2 tenta prover algo mais realista do que os games de estratégia por aí.
Mutliplayer: Com alguns bugs no começo, mas ainda sensacional
Convenhamos, quase ninguém joga Men of War Assault Squad pelo single player, a verdadeira graça está no multiplayer. Apesar das primeiras semanas de Men of War Assault Squad 2 terem sido um pouco complicadas em relação a bugs e lag, agora o multiplayer já está em ótimo estado.
Em relação ao conteúdo, ele conta com muito mais mapas do que o original. Em conjunto com o Steam Workshop, você vai ter uma quantidade enorme de locais de combate.
Ele continua ainda punindo bastante quem não conhece o game, porém. É fundamental saber o posicionamento de unidades, os pontos fracos e como as utilizar. Para quem está começando, pode ter a certeza de que vai apanhar muitas horas até aprender como o game funciona.
Falta acessibilidade
Como apontado acima, essa ainda é uma grande falha da série Men of War. Apesar de um tutorial básico no início da primeira missão, você praticamente não tem nenhuma ferramenta de apoio a novatos.
Se alguém olhar para as imagens do game, vai achar que é apenas mais um game de estratégia. O que você tem, porém, é um grande “simulador” tático onde é possível controlar cada unidade individualmente e até mesmo trocar seu equipamento no combate.
Algumas unidades irão parar de atirar pois acabou a munição, perderam a sua arma por causa de uma explosão e outras peculiaridades. Além disso você pode tomar o controle temporário delas e movimentar no mapa como se fosse um jogo de ação com uma câmera isométrica. Tudo isso requer conhecimento e o jogo não provê isso.
Para isso você tem que ir na base da tentativa e erro até descobrir o que é mais efetivo. Talvez com a ajuda de um banco de dados sobre as unidades, isso fosse mais viável. Tudo isso faz com que novos jogadores tenham medo de jogar dado a complexidade.
É quase como começar a jogar um simulador de vôo. Tudo parece muito interessante de começo, até você começar a ver todos os sistemas, como cada aeronave se comporta e a realidade de que aquilo vai demorar muito para se aprender. Apenas os mais dedicados terão essa paciência.
Engine velha mas com novidades
Caso não acompanhe a série Men of War, vamos fazer uma breve retrospectiva aqui. O primeiro men of War foi lançado originalmente em 2009. Ele na verdade é uma sequência para Faces of War de 2006, que é uma sequência de Soldiers Heroes of the World War II de 2004.
Caso pegue uma imagem de Soldiers: Heroes of the World War II e Men of War 1 verás pouca diferença gráfica. A 1C nunca foi de modificar muito a sua engine. Não que ela fosse ruim, ela é boa na realidade, mas nunca foi modelo para outras empresas.
Felizmente Men of War Assault Squad 2 começa a mudar um pouco, bem pouco, esse quadro. A sequência apresenta sombras melhores, adição de shaders, bump mapping (para texturas mais realistas) nos veículos e um desempenho aprimorado.
Claro que, ainda não é algo que pode se olhar e falar “que gráficos”, mas ao menos é algo para os fãs da franquia.
Houveram também algumas pequenas mudanças na interface, além de um sistema de experiência mais robusto. Outra novidade digamos assim é que o Matchmaking agora é feito diretamente pelo Steam, ao contrário do velho e finado Gamespy.
Um game que não é para todos, mas ainda é muito bom
Men of War Assault Squad 2 é um daqueles jogos que é recomendável apenas se você dispõe de muito tempo para aprender as peculiaridades da franquia. Para quem já é veterano, porém, ele tem novos mapas e algumas melhorias na engine que garantem o espaço em sua biblioteca de jogos.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela 1C Company