A desenvolvedora Stardock lança hoje a segunda versão de um grande título para os jogos de estratégia baseados em turnos, seu nome é Fallen Enchantress: Legendary Heroes. Nós do Hu3br nos prontificamos em fazer um review para ajudar a responder se a compra vale à pena ou não.
O que me surpreendeu foi a gama de conceitos que compõem o jogo e o torna extremamente dinâmico, a começar pela escolha dos heróis antes mesmo de iniciar uma partida. Estes podem ser entendidos como a civilização que é escolhida, a eles estão atribuídas skills itens e bônus específicos, o que já prova o meu ponto.
A primeira tarefa é se estabelecer. O planejamento estratégico de Legendary Heroes já começa a importar nessa altura, pois além dos recursos naturais nas redondezas, cada ladrilho apresenta diferentes valores de crescimento, produção e magia que serão gerados pela cidade.
A partir daí, alguns conceitos familiares graças ao Civilization vêm à tona. Sua cidade pode tanto construir quanto treinar unidades, sejam militares ou não. Também é possível deixar que ela produza um recurso continuamente. Uma vantagem é que a produção pode ser posta numa fila, justamente para diminuir a atenção necessária para mantê-la em funcionamento durante um longo tempo e focar a atenção em outros assuntos.
Outro artifício conhecido são as pesquisas, onde novas tecnologias são escolhidas e pesquisadas ao longo de vários turnos. Ao contrário da franquia de Sid Meier, são três árvores de pesquisa ao invés de apenas uma. Assim como não é nada recomendável distribuir todos os seus pontos em Strength num RPG, não se recomenda que apenas as tecnologias militares sejam pesquisadas ignorando completamente as relacionadas à civilização em si. É o equilíbrio entre as três combinado com outros fatores como a especialização de cada cidade que alinham a intenção do jogador com o foco desejado.
O controle sobre a população também é um destaque desse novo Fallen Enchantress. As taxas podem ser alteradas tanto para maximizar a produção e pesquisa ou viabilizar a maior quantidade de renda possível em tempos de crise. Reduzir as tarifas também reduz a infelicidade dos cidadãos que vem casada com o crescimento do reino.
Do outro lado da fronteira, inúmeros elementos dão vida ao mundo. São encontrados tesouros que concedem itens para seu herói, monstros que também exercem seus papéis durante os turnos e até mesmo uma série de quests, responsáveis por dar ainda mais uma opção para se ocupar durante as partidas.
Acerca dos recursos fora do seu território, não é necessário um esforço descomunal para explorá-los. Fundar uma cidade nas redondezas é exagero, apenas um outpost é suficiente, sem contar que a estrutura pode ser aprimorada para algo que garanta algum bônus ao mesmo tempo que é reinvindicada uma grande porção de terra e desconsidera a infelicidade da população que existiria caso o plano de construir uma cidade tivesse sido levado em frente.
Quanto aos turnos, pode-se afirmar que eles são dotados de uma fluidez imensa graças ao fato de avançarem automaticamente após todas as ações possíveis serem realizadas.
Na iminência do combate, surge uma janela comparando as características de ambos os grupos envolvidos. Nesta, o jogador decide entre partir para o combate ou resolvê-lo automaticamente, o que sempre resultou em maiores prejuízos. Caso a primeira opção seja escolhida, a escala é reduzida pra uma mecânica de combate mais complexa do que eu esperava.
Igualmente baseada em turnos, cada unidade dos grupos tem o seu momento, no qual pode se movimentar, atacar ou usar uma habilidade. Isso é orientado pelos ícones no lado esquerdo da figura abaixo. O combate se encerra quando um dos lados é eliminado.
Tanta complexidade me intimidou um pouco. Não se trata de um jogo simples, desprovido de um período de aprendizado. Para jogá-lo é necessária paciência para entender as mecânicas apresentadas no tutorial, que pareceu ser bem completo.
O enredo do jogo não pareceu ser suficientemente explorado para fazer alguma diferença, o que não é nenhuma surpresa uma vez que esse é apenas o terceiro título da franquia. Nomes de peso como Warhammer também não surgiram da noite para o dia. A existência de uma campanha certamente aceleraria o processo.
Fica claro que Fallen Enchantress: Legendary Heroes é um título recheado de complexidade, mas leva tempo para dominá-la. Se você foi um daqueles que deixou de lado Elemental devido aos seus bugs, nao se preocupe, isso não ocorre dessa vez. Caso tenhas tempo ou paciência para investir, não podemos deixar de citá-lo como um dos grandes lançamentos em estratégia por turnos de 2013.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela Stardock Entertainment