Para Sun Tzu, “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas”. É um ditado batido, mas o que Europa Universalis IV: Art of War, a mais nova expansão da Paradox, oferece são novas maneiras e metodologias para combater o seu oponente. Ele se encontra à venda no Steam e na loja da Paradox por R$ 36,99.
Com um ano consideravelmente lotado de lançamentos como Charlemagne e Warlock II, Art of War impressiona pelo seu escopo. Novas províncias, métodos de guerra e mais eventos para a guerra dos trinta anos.
A primeira vista, não parece algo demais, mas as novas províncias oferecem um detalhamento espetacular para o já muito bem detalhado mapa de Europa Universalis IV. Quem não está acostumado a jogar com países do leste asiático, índia ou áfrica vai demorar a notar um pouco as mudanças, mas acredite, elas estão lá.
Nas partidas que realizei com o Kazhak, província antiga onde hoje se encontra o Cazaquistão, pude ver as primeiras mudanças que Europa Universalis IV: Art of War traz.
Uma delas são novos acordo de paz que podem ser usados em conflitos. Por exemplo, agora você pode forçar com que a nação perdedora perca a reivindicação sobre territórios que estão sob seu domínio. Assim como existe a opção war preparations. Essa, força com que a nação te pague uma quantia específica de dinheiro por mês por um período de dez anos.
Ainda no contexto de guerra, novas mudanças para a produção de unidades foram adicionadas. Agora, é possível criar um template de seu exército e iniciar o recrutamento muito mais rápido do que ter de escolher unidade por unidade.
Para um título o qual conquista territorial é de suma importância, uma modificação na interface e uma nova mecânica é muito mais relevante do que gráficos aprimorados.
Em períodos de paz, o jogador agora tem de ficar mais atento as novas mecânicas de rebeliões dentro de sua nação.
Agora, ao invés de existirem rebeliões em províncias específicas, o jogo conta com uma percentagem de perturbação que vai aumentando dado a eventos, quedas na estabilidade de seu país ou até mesmo por meio de influências e apoio de outras nações por trás dos panos.
Quando chegar a 100%, uma facção surge em seu território e tentará conquistar cidades, como acontecia anteriormente. A diferença é que agora está bem mais dificil de controlá-los caso chegue a 100%.
Aliás, dar apoio a rebeldes em outros países é uma ótima maneira de desestabiliza-los. A mecânica adicionada para quem tem Europa Universalis IV: Art of War ajudou a conquistar a Mongólia. Em um conflito com a Rússia no norte, rebeldes começavam a se organizar no sul dado a longa duração da guerra.
Aproveitei essa oportunidade para dar apoio, desestabilizar o governo e no meio tempo ganhar um casus belli em cima de uma das províncias controlada por eles. Não preciso dizer que ao enfrentar três guerras o país quebrou financeiramente, militarmente e perdeu boa parte de seu território.
Isso ajudou com o controle de pontos de troca e venda pelo Kazhak. Ainda atordoados com o pós guerra, aproveitei para abocanhar um dos pontos importantes da região ao transferir meu poder mercantil para lá.
Por outro lado, você pode reduzir a chance disso ao aumentar a autonomia local de cada província, mecânica disponível para quem comprou ou não Europa Universalis IV: Art of War. Províncias com autonomia local maiores do que outras geram menos rentabilidade para a nação assim como disponibilizam menor quantidade de poderio de homens.
Outra adição foi muito bem vinda, a possibilidade de colocar as suas frotas navais em um modo “inativo”, elas não custam manutenção mensal, por outro lado entram em deterioração depois de um tempo. Quando você joga com países com grandes frotas, nem sempre você terá todas na ativa, o que ajuda bastante a economizar um dinheiro durante a partida.
Para muitos, o que vai se tornar interessante a expansão Art of War são as adições de mais de 50 eventos às guerras do 30 anos.
Serei sincero e direi que não tinha muito conhecimento sobre o conflito, iniciado principalmente por divergências religiosas entre católicos e protestantes. Sendo assim, foi o ponto mais difícil de ser analisado.
Ao jogar com a França, que entrou no conflito posteriormente, em 1635, é impressionante como pode-se ver as rápidas mudanças que o território sofre no período. Em alguns momentos os protestantes ganhavam batalhas importantes, enquanto em outros momentos se via a troca de poder para as mãos dos católicos e consequentemente de todas as nações que entraram neste conflito.
Com isso como base, aqueles com um maior conhecimento sobre o que se passou na época terão uma tremenda diversão ao jogar com um dos países envolvidos.
Em minha review de Charlemagne eu apontei uma recorrente linha de desenvolvimento da paradox, a racionalização de elementos históricos de forma que o jogador consiga ter uma experiência mais concentrada e de alta qualidade. As adições de eventos na guerra dos trinta anos refletem justamente esse propósito, também buscado para a história de Carlos Magno.
Tanto Europa Universalis como Crusader Kings II oferecem um escopo muito grande que nem sempre os jogadores conseguem absorver de maneira rápida. Apesar de considerar Europa Universalis IV como um ótimo título para começar a jogar, acredito que esses conflitos mais condensados ajudam a dar um melhor contexto sobre o que é possível fazer no game.
Eu já apontaria as mudanças no exército, autonomia e novas opções de paz como elementos que já justificariam a compra de Europa Universalis IV: Art of War, com a adição de novos eventos na guerra dos 30 anos, a tornam essencial para quem busca a melhor experiência possível em Europa Universalis IV.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela Paradox