Conquistar, expandir, gerenciar economia, separatistas. Bem-vindo ao mundo mágico de jogos de estratégia da Paradox. Europa Universalis IV, o mais novo título da empresa nesse segmento, visa facilitar para jogadores novos e trazer novas funcionalidades para os veteranos, será que ele consegue?
Quem vem de títulos como o Crusader Kings II, terá um pouco de dificuldade a se acostumar com Europa Universalis IV. Enquanto o foco de um era criar laços familiares, intriga e muito recalque na idade média; Europa Universalis se foca na criação de rotas de comércio, domínio de território e controlar o seu país.
O que vejo muito acontecer com aqueles que planejam jogar Europa Universalis IV vem de um histórico de Civilization, onde seu objetivo é “dominar o mundo” de formas diferentes. Não existe essa coisa de dominar o mundo, Europa Universalis IV é algo muito mais de “crie a sua história” do que algum objetivo claro.
É um caso dessa geração, as pessoas ficaram tão acostumadas com “faça objetivo X ou Y” que agora tem dificuldades para criarem as suas próprias metas no jogo. Isso vem naturalmente com o costume de jogar Europa Universalis IV, portanto não desista durante as primeiras horas.
Vamos a um exemplo prático do que falo. Comecei a minha campanha como a polônia, cujo período histórico estava dividida e ainda estava com a Ucrânia anexada a ela. Meu objetivo nos primeiros anos era criar uma economia estável, anexar alguns países para assim começar minha expansão agressiva.
Claro que, em uma época onde Inglaterra, Portugal, França e Rússia eram líderes mundiais o negócio não foi bem assim né?
Uma das dificuldades inciais foi o sistema de comércio, que agora conta com rotas de comércio de especiarias e outras matérias-primas. É essencial estar sempre atento a oportunidades nesse mercado, assim como enviar mercadores para alavancar o comércio na região. Isso é explicado muito bem no tutorial, mas demora para pegar as manhas da coisa.
A primeira parte, de expandir e anexar os países próximos foi bem tranquila. Tive problemas com separatistas, porém.
Isso tem grande chance de ocorrer de acordo com a estabilidade de seu país, diferentes fatores como cultura, religião e outros afetam a sua estabilidade. No meu caso, ela não estava lá essas coisas, por isso tanta dor de cabeça.
Foi mais ou menos nesse momento que eu decidir ser fera e atacar a Rússia. Até agora me pergunto o porquê. Obviamente perdi a guerra e tive de doar praticamente todo o meu território para ela. Acaba assim o conto da polônia, the one who dared to try.
Outros países incluem a conquista do novo mundo, como é o caso da Inglaterra ou Portugal, não chegamos a testar uma campanha completa nesse caso, já que a Polônia não tinha poder suficiente para isso e decidi focar mais em conhecer os aspectos para novos jogadores.
Pode parecer meio sem graça escrito, mas quando você vê as batalhas ocorrerem, saber que pode ganhar uma guerra e anexar um país inteiro se tudo der certo, aí sim as coisas começam a parecer muito mais interessantes.
Para ajuda, a Paradox como sempre oferece um tutorial, que está melhor do que em títulos anteriores, mais objetivo, sem tanto falatório inútil e bem desenvolvido.
No quesito técnico, Europa Universalis IV é belo esteticamente. Claro que, não vamos esperar gráficos de outro mundo, é um jogo de estratégia. Uma das coisas que me agradou foram as mudanças nos menus, que assim como Crusader Kings II, receberam uma atenção extra.
Agora está bem mais fácil gerenciar seu império, ver quais informações são importantes para seu atual objetivo, assim como ajustar a economia, tecnologia e outras peculiaridades.
Para não falar que o jogo não tem problemas, a Paradox ainda pode melhorar um pouco mais os tutoriais, já que eles deixam algumas coisas passar, não são tão importantes quanto as mecânicas principais, mas ajudam.
A segunda parte vem do tamanho da sua fonte. Sério, a sua fonte é muito pequena para monitores grandes. Tudo bem, creio que eu seja o 1% da população que usa um monitor de 32 polegadas para jogar algo, mas uma personalização disso ajuda, ainda mais com um jogo com tanta informação.
Sendo assim, considero que Europa Universalis IV é facilmente o melhor jogo de estratégia da Paradox, um exemplo claro de crescimento no quesito funcionalidade, redução de bugs e melhoras na interface. Só torcemos para que isso se reflita em títulos menores, como Hearts of Iron e Victoria.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela Paradox