Caso tenhas pelo menos 20 anos, possivelmente se lembras da musica de entrada do DuckTales, agora com o DuckTales Remastered produzido pela WayFoward e Capcom, um pouco dessa nostalgia irá embora, confie em mim.
Me lembro que, quando anunciado todo mundo surtou, falou que era o melhor jogo de todos os tempos, que era sensacional, que essa geração era maravilhosa por trazer esse clássico de volta, etc. No fundo, as coisas não são bem assim.
Esteticamente, DuckTales – Remastered é belo, seus cenários são bem modelados, a arte dos personagens recebeu um cuidado especial, assim como sua trilha sonora, que foi refeita e continua tão maravilhosa quanto.
É aí que os problemas começam a aparecer. Primeiramente, colocaram cutscenes desnecessárias. Tudo bem, os atores da série original norte-americana dublam, é legal por isso, mas quebra completamente o ritmo do jogo.
Você se prepara para entrar no boss, tcharãm, uma cutscene aparece. Sério, isso não é Gears of War, Uncharted e principalmente não é Metal Gear Solid 4.
Ducktales era para ser um jogo “rápido”, sem enrolação, ninguém quer saber como o inimigo irá nos “destruir” ou o Tio Patinhas fará alguma piadinha com huguinho zézinho e luizinho. São momentos como esse que fazem com que o título tente agradar a todos e acaba sem agradar ninguém.
Não tenho muito do que reclamar de sua jogabilidade, Tio patinhas tem três ações diferentes, pular, um pulo com a sua bengala (que mata os inimigos) e usar a sua bengala para acertar coisas como pedras ou baús. Para o que o título se propôe, é ótimo. Pode ser pouco para a geração atual? Talvez, mas falamos de um remake, não esperamos em momento algum que ele fosse revolucionar os jogos de plataforma.
Claro que, consigo imaginar pessoas de 12 a 16 anos reclamando que “ah não tem ação o suficiente” ou “que controles mais sem graça” ou “não tem muita interatividade”, etc etc.
Agora o pessoal mais velho gosta de comprar com “Ah, mas temos Megaman 9, que usa os mesmos gráficos de NES e o DuckTales Remastered não consegue chegar aos pés dele”. Sinto lhes informar, mas DuckTales nunca foi bom para começo de conversa.
Na época, fases não lineares e uma trilha sonora bem animada eram algo a se considerar bem legal, hoje em dia nem tanto. Os novos Megaman são bons pois as mecânicas de jogo sempre foram refinadas ao ponto de aguentar geração após geração e divertir a mesma coisa.
Daqui a dez, vinte anos teremos um remake de NeverDead, Resident Evil 6, Shadows Of the Damned e sabe o que as pessoas falarão? “Ah, não ficou tão bom pois não tem X ou Y que os jogos atuais tem” ou “A versão original era melhor”. Nenhum dos jogos acima inovou nessa geração ou teve uma passagem realmente considerável para ser lembrado como um “clássico”.
Para o que ele se propõe, DuckTales Remastered é um ótimo remake para o jogo mediano que sempre foi. Quem cresceu com a série, vai adorar jogá-lo. Quem não o fez, irá o abominar, não os culpo, porém, fazer jogos sobre programas de TV que não existem hoje em dia é uma aposta difícil. Pelo menos parabenizo a Capcom por pelo menos tentarem.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela Capcom