Havia uma época onde eu realmente acreditava que era bom em wargames, isto mudou recentemente com Commander – The Great War.
A primeira vista, Commander parece ser mais um daqueles títulos inspirados em Panzer General, com unidades sendo movidas por hexágonos. Ele, porém, é muito mais do que isso.
Nas primeiras horas eu pensei: “Ok, a guerra começou, os países começaram a montar as suas coalizões e movimentar seus exércitos, isso parece fácil o suficiente”. Foi então que me deparei com a Alemanha completamente entrincheirada em seu território.
Não sabia o que fazer, todas as minhas investidas falhavam, perdi muitas unidades, perdi partidas e quase perdi a minha paciência. Por sorte, o manual digital dele, como de costume é repleto de conteúdo que me fez entender todas as principais mecânicas. Foi a partir daí que toda a beleza do título se mostrou diante de meus olhos, fazendo com que um sorriso abrisse a cada turno terminado.
Se você busca um robusto sistema de diplomacia, pesquisa ou produção de unidades, algo como Hearts of Iron III, nem pense em Commander – The Great War.
O painel de produção, pesquisa e diplomacia é o mais simplório possível. Nele você seleciona qual é o foco de cada país no desenvolvimento de novas tecnologias, quais unidades serão produzidas e inicia tratos com outros países. Não tem nenhuma opção especial escondida, não tem nenhuma pegadinha, nada.
No fundo, ele continua a ser uma mistura de Panzer General com Civilization no quesito tamanho do mapa. Cada unidade tem seus pontos fortes e fracos. Caso esteja em trincheiras, existe um bônus de defesa. Florestas dão um bônus inferior. É possível utilizar artilharias para enfraquecer o exército inimigo. Enfim, uma quantidade impressionante de variáveis.
Pode parecer amedrontador de início, mas a simplicidade de sua interface foi o que me fez seguir em frente para aprender suas mecânicas. Gosto quando as coisas estão de fácil acesso na tela, sem a necessidade de decifrar uma quantidade infinita de menus, filtros e outras coisas.
O combate é divertido demais para parar de jogar. Cada turno, cada movimento de uma unidade inimiga, diversas soluções rapidamente aparecem em sua mente e aquela famosa sensação de “só mais um turno” vem à tona em questão de minutos.
Outra coisa que ajuda os novatos em wargames é que as unidades são ilustradas na tela por meio de desenhos e não símbolos como tipicamente é visto. Nada de ter de decifrar o que é aquele símbolo estranho (que normalmente significa infantaria). Sua simplicidade é o ponto forte.
Vale apontar que ele também conta com um modo multiplayer para dois jogadores. O mesmo não foi testado devido a falta de oponentes reais para tentar entender como o jogo funciona comigo. Peço desculpas devido a isso. Não se preocupe, a AI dá conta do recado, apesar de ter visto algumas ações que claramente resultavam na perda de uma quantidade considerável de unidades.
Em seus aspectos técnicos, ele não é nada de outro mundo. Tanto o cenário como as unidades são imagens estáticas que possuem leves animações durante o combate, tipicamente explosões ou flashes de tiros.
O som segue a mesma linha, com uma trilha sonora bem básica e sem muita produção. Por ser um título de nicho, era de se esperar tal coisa. Se te incomoda, basta ligar uma música durante a jogatina que nem reparará.
Commader – The Great War é um wargame para pessoas que não estão acostumadas com wargames ou estratégia por turno. Pode não ser um Gary Grigsby’s – War in the East em sua complexidade, mas a sua interface simples e seu sistema de combate divertido são mais do que o suficiente para recomendar para todos aqueles que querem adentrar neste mundo.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela Matrix Games