Quando me mostram um shooter ou jogo de ação cooperativo, sempre fico com o pé atrás. É sempre a mesma história: divertido nas quatro, cinco primeiras horas e repetitivo nas próximas. Warhammer: End Times – Vermintide tenta ser um pouco mais do que isso. Do pouco que joguei, senti que pode ter acertado.
A história se passa em Ubersreik, uma cidade dominada pelos Skaven e cabe ao grupo de jogadores acabar com o seu reino de terror. O jogo oferece quatro classes distintas e mais de 13 missões a serem completadas. No beta que testei, apenas três delas estavam disponíveis.
Apesar de me interessar bastante por Warhammer (vide minha análise de Blood Bowl II), não sou um grande conhecedor do universo ou de seu “lore”, portanto a cidade de Ubersreik é praticamente desconhecida por mim. A estética, porém, se mantém fiel ao universo criado pela Games Workshop.
Cada uma das quatro classes possui uma arma primária e secundária. Por exemplo, com a arqueira é possível usar adagas ou um arco para derrotar os inimigos. O Witch Hunter – talvez o meu favorito – é capaz de usar duas pistolas para disparar tiros certeiros nas hordas de ratos que vinham em minha direção. Cada arma possui um ataque simples e um ataque carregado que oferece mais dano. A Fatshark explica que o jogo não oferece tanta rigidez para as classes. É mais uma questão de qual estilo de jogo decide seguir do que ser um “healer” ou um “tank”.
O jogo pega um aspecto muito Left 4 Dead. Vá do ponto A ao ponto B, mate Skaven e complete objetivos. Dentre esses Skavens, existem alguns com habilidades especiais – como um rogue capaz de pular e prender você – a um rato gigante que precisará de um esforço em conjunto para ser derrotado.
A diversão mesmo está em avançar pelas missões e eliminar a maior quantidade de Skavens possível em dificuldades elevadas. Testei as três missões no modo “Normal”, “Hard” e “Very Hard” ou um equivalente do mesmo. Vermintide ajuda consideravelmente o jogador no modo normal, oferecendo poções de cura a cada esquina. Fora elas, poções especiais garantem bônus de força ou velocidade de movimentação ao personagem. No “Hard” a coisa já começava a ficar complicada, enquanto no Very Hard, apenas a primeira missão foi feita com sucesso. As outras permaneceram decepções em cima de decepções com a minha incapacidade de perceber que um Skaven especial estava à espreita, pronto para me atacar.
Por ser um jogo voltado para o coop, é a melhor maneira de apreciá-lo. A IA no Beta era competente em eliminar os inimigos, mas não sabia aproveitar bem os itens do cenário, como cura ou bônus. De uma a eles e os observe engolir como se fosse o bolo mais delicioso do mundo. Ao menos não atrapalhavam, apesar de não completarem os objetivos.
No entanto, após terminar a terceira missão, me senti automaticamente entusiasmado para testá-las de novo, já que o jogo usa um sistema parecido com o Director IA de Left 4 Dead. Nenhuma partida será a mesma, a posição dos monstros irá variar e monstros especiais aparecerão em momentos diferentes. Até certo ponto isso foi verdade, mas novamente não tão impressionante quanto imaginava.
Do que foi mostrado no Beta, os objetivos não pareciam possuir muita variação. Ao final da fase era necessário destruir um objeto por meio de ataques ou bombas que deviam ser levadas até o ponto correto. Pequeno problema em comparação com o real atrativo de Warhammer End Times: Vermintide, o sistema de loot.
Após completar uma missão, o jogo oferece um conjunto de dados para o jogador. O resultado deles ditará uma peça de equipamento ou arma que receberá. Algumas das que vi iam de espadas mais poderosas, vestimentas que ofereciam bônus a armas que mudavam completamente a mecânica de um personagem.
Por exemplo, o Empire Soldier a primeiro momento parecia uma das classes mais básicas de Vermintide. Apesar de conseguir receber muitos golpes sem ao menos sofrer dano, a espada inicial e o canhão o tornavam pouco interessante de se jogar. Após completar a segunda missão, o sistema de loot me presenteou com um machado e um escudo. De início achei que havia obtido um item para o anão, já que usava armas similares.
Decidi, portanto, usar o Empire Soldier na próxima missão. Acabou que o escudme tornou mais eficaz em proteger meus amigos, absorvendo o dano e puxando mais inimigos para que eles pudessem se focar em Skavens especiais ou completar os objetivos.
Ainda é cedo para dizer o quão versátil esse sistema será, mas pela quantidade de itens, slots e armas é bem provável que será preciso para enfrentar as próximas missões em dificuldades elevadas. E se tem algo que me faz jogar mais e mais é a chance de obter um item melhor na próxima partida.
Sem entrar muito na parte técnica, Vermitide oferece ótimos modelos para inimigos, personagens e principalmente cenário. O desempenho deixou um pouco a desejar, mas por se tratar de um beta, a desenvolvedora apontou que certos aspectos – principalmente em configurações mais altas – ainda estão em período de polimento. Fãs de gore podem respirar aliviados, há muito, mas muito sangue em Vermintide. Ratos decapitados, corpos voando e tudo aquilo que os fazem felizes.
Warhammer: End Times – Vermintide é promissor graças ao interessante sistema de loot e para quem gosta de jogar com os amigos. Ainda tenho dúvidas sobre o quão bom será para aqueles que preferem uma experiência solo. Fico ansioso para testar mais armas, obter mais loot e conhecer novas fases. Só espero que os objetivos sejam mais interessantes.