Em parte, é xadrez, em parte é um interessantíssimo jogo de estratégia. Testar Warhammer 40,000: Regicide, título da Hammerfall Publishing foi no mínimo… peculiar. Ele está disponível em acesso antecipado no Steam e será lançado oficialmente em 26 de agosto.
As regras se assimilam ao xadrez. Cada soldado tem uma função: Peão, torre, cavalo, bispo e rainha. Para ganhar uma partida você deve eliminar todos os soldados inimigos do tabuleiro ou fazer um cheque-mate no rei.
Confesso que eu não sou o maior conhecedor, ou sequer tenho um profundo interesse em xadrez. Coisa que eu deveria mudar o mais rápido possível. Porém, fiquei impressionado o quão rápido Regicide me prendeu, parte disso devido a temática. Não é uma ferramenta para aprender técnicas avançadas do esporte, mas ele introduz algumas mecânicas que o tornam interessante. Por exemplo, cada unidade tem até quatro habilidades especiais. Os peões podem jogar granadas em área, enquanto o rei pode requisitar ataques aéreos em uma região do tabuleiro. A maneira mais rápida de ganhar continua sendo seguir as regras do xadrez, onde ao movimentar a unidade para “comer” a outra faz com que o jogo execute uma sangrenta animação de execução.
Os mapas são divididos em dois modos: Regicide e Classic. No Regicide o jogador pode usar as táticas adicionais, como granadas ou a habilidade de ataques poderosos para eliminar as peças do tabuleiro. Já o classic é o famoso xadrez, apenas com os personagens da franquia Warhammer.
Regicide foi o modo que gastei mais tempo devido a adição das novas mecânicas. É divertido, porém lento demais. Por utilizar um tabuleiro de xadrez, me faz perguntar até que ponto usar as novas habilidades seria algo viável. Em todas as partidas que joguei contra a inteligência artificial se resumiam a mover com cautela e esperar que o inimigo movimentasse uma peça errado ou lentamente reduzisse a vida dele. Convenhamos, nada divertido.
O problema do modo Regicide é o sistema de proteção. Cada unidade possui uma barra de vida e uma barra de armadura. A partir do momento que a armadura era reduzida a zero, o dano das armas era aumentado. Certas unidades – como a Torre – conseguiam reduzir essa armadura com uma habilidade especial. Para que usar isso se ao usar as mesmas regras do xadrez é possível eliminar o inimigo instantaneamente?
As habilidades são opções seguras demais, não fazem com que o jogador invista em movimentos arriscados. A granada dos Space Marines é o melhor exemplo disso. Com um raio de nove quadrados, ela pode ser jogada de qualquer distância e tem 75% de chances de causar dano. Em um tabuleiro 8 por 8, é uma área considerável. Com um golpe meu oponente poderia acertar até seis unidades minhas.
No lançamento ele contará com mais opções de personalização, inclusive com mais habilidades especiais tanto para o rei como para as unidades. A desenvolvedora apontou que as atuais também sofrerão mudanças. Espero que signifique partidas mais dinâmicas.
Além do modo skirmish online / off-line, Warhammer 40,000: Regicide terá um modo campanha, o que não é mais nada do que batalhas em tabuleiros de xadrez com algumas variações e objetivos. Em algumas haverão barreiras que impedirão a movimentação de peças para certos quadrados ou perigos que causam danos nas unidades. Jogar as primeiras missões até então foi para não dizer outra coisa, desinteressante. Não existem motivos que me fariam trocar o modo skirmish por uma história meia-boca. Isso pode mudar, já que nem todas as missões estão implementadas ainda.
Se há um ponto que a Hammerfall Publishing acertou, porém, foi na animação e gráficos. Não, Regicide não tem as melhores partículas, ou texturas do mercado. O que ele tem são Space Marines gigantes com serras elétricas moendo Orks da maneira mais sangrenta possível. E no universo Warhammer não há nada mais satisfatório do que ver um esquadrão de Blood Ravens dizimar seus oponentes. Isso sem contar os tabuleiros temáticos, que vão de florestas destruídas por bombardeios a bases dos Space Marines. Depois de recentes jogos baseados na franquia da Games Workshop me decepcionarem com a qualidade, fico feliz em ver um que ao menos caminha para a direção certa.
De uma maneira estranha, Warhammer 40,000: Regicide me fez me interessar mais por xadrez do que qualquer outra tentativa de conhecer mais sobre o jogo. Não apenas isso como também se mostra como um jogo de estratégia competente, que, com alguns ajustes poderá ficar por meses ou até anos no meu computador.