Homefront: The Revolution é uma sequência que sempre me pareceu estranha. Era uma franquia meio que “fracassada” no que se considera fracasso na indústria de games e mesmo assim vai ganhar uma sequência. O jogo, que está atualmente em desenvolvimento pela Dambuster Studio, teve um beta fechado no Xbox One e pude aproveitá-lo um pouco. Agora se prepare, pois, as impressões não são nada boas.
O beta, limitado ao modo multiplayer intitulado Resistance, contava com três missões cooperativas onde quatro jogadores deveriam completar uma série de objetivos, que iam de redirecionar antenas a se infiltrar em uma base Norte Coreana para coletar informações.
Homefront: The Revolution é um daqueles games que se você não jogar com um grupo de amigos ou conhecidos, não rola. É preciso saber quando e como avançar. As partidas são sempre assimétricas, com os jogadores munidos de meia dúzia de munição, alguns coquetéis molotovs e habilidades especiais. Já os norte Coreanos contam com soldados melhor equipados, protegidos com armaduras pesadas e terríveis carros de patrulha.
A ideia em si é legal e uma pequena porcentagem das partidas que eu tive foram realmente interessantes. Quando tudo se encaixa, todos cumprem o papel designado, não são detectados pelo inimigo e completam o objetivo, é excelente. O problema é que isso é tão raro que desmotiva.
Eu entendo que é um beta, que dessa vez não é uma demo glorificada, mas não consigo sequer começar a enumerar todos os problemas que eu tive para tentar começar ao menos uma partida. Em momentos as texturas não carregavam, minha arma não disparava, soldados teleportavam ou simplesmente se tornavam imortais em questão de segundos.
Os três mapas teoricamente se passam em áreas distintas da cidade e com níveis de dificuldade que vão de fácil a difícil. Na prática tudo é quase impossível. Os Norte Coreanos são uma força imensa que enviam reforços em questão de segundos. Bastou um disparo para que dezenas de soldados cercassem a casa e eliminassem o time.
Ele não sabe muito bem o que quer ser também. As mecânicas na hora da ação são desinteressantes. Disparar uma rajada de balas contra o inimigo e vê-lo não ter praticamente nenhuma reação é pouco satisfatório. Sentia que disparava contra um boneco de pano. As armas seguem o mesmo caminho, com pouco impacto sonoro e literalmente “sem graça”.
Quando chega a hora de ser furtivo, ou seja, boa parte do tempo se você não quer virar picadinho dos Norte Coreanos, as mecânicas também não ajudam. Há um indicador que pouco contribui para descobrir se o oponente o vê ou não. No momento eles devem possuir olhos robóticos ou alguma tecnologia ainda não conhecida pelo homem para te avistarem tão rápido. Saiu de trás de uma parede por um segundo? Você foi avistado, os reforços estão a caminho e é hora de correr e tentar alcançar o objetivo.
No final de cada partida você é recompensado com um pouco de experiência e dinheiro. Experiência permite você se focar em uma das árvores de habilidades. O último é usado para comprar caixas especiais que dão acesso a novas armas, acessórios e equipamento cosméticos. Dado o tempo limitado e a quantidade de problemas, só obtive dinheiro suficiente para comprar três caixas. Duas delas me deram armas bem mais potentes das que eu começava, um carrinho de controle remoto com um explosivo e um boné. Bom, ao menos eu morria ou desconectava com estilo.
Não vou entrar na parte gráfica a fundo, principalmente por se tratar de um beta e tudo isso pode melhorar, mas a palheta de cores escolhida pela Dambuster torna as coisas ainda mais difíceis. O cenário é marrom e sem vida. Os inimigos se mesclam com ele, não por usarem camuflagem — já que seu uniforme é branco e vermelho — mas pela ambientação tornar tudo muito difícil de distinguir. Em anos de jogo, é a primeira vez que encontro uma escolha de cores tão bizarra quanto a de Homefront: The Revolution.
A realidade é que eu estava na espera de alguma coisa que me divertisse. Selecionava “buscar partida” na esperança de que uma vez ou outra desse certo. Entrava nela e os problemas voltavam. Erros de desconexão, personagens que flutuavam, inimigos imortais e armas que emperravam.
Quero ter as esperanças de que Homefront: The Revolution seja no mínimo divertido, mas esse beta acabou um tanto com elas. Boa parte dos problemas são corrigíveis, agora é ficar na expectativa que a Dambuster consiga corrigi-los para o lançamento.