Com uma temática um pouco diferente, Expeditions: Conquistador te coloca na pele de um conquistador espanhol que vem ao novo mundo em missão à coroa espanhola. Ele é como uma mistura de diversos pequenos jogos de estratégia, RPG e um pouquinho de gerenciamento do XCOM. Por ser um grande fã de jogos de estratégia por turno, não pude deixar de conferir.
Nós do Hu3Br testamos uma versão beta, cedida por nós pela Logic Artists, desenvolvedora do título.
Uma das coisas que os parabenizo é a forma que é apresentada o tutorial. Exceto pela parte do combate, para todo o resto não é necessário que você pare e leia caso não queira. Os mesmos são apresentados por meio de pequenas caixas de textos na tela onde apontam o que faz o que.
Após passar os momentos introdutórios da trama, podemos vagar em busca de missões no mundo. Este é controlado similar a Heroes of Might & Magic. O seu personagem pode andar uma quantidade específica de passos por dia até cansar e ter de acampar.
Na hora de acampar, outra mecânica importante aparece: O gerenciamento. Tens de ter muito cuidado ao partir em uma jornada, pois os recursos de seu grupo são finitos. A cada noite, seus soldados consomem uma quantidade especifica de comida, sendo necessário comprar ou caçar. Agora você se pergunta, ah então eu posso acampar por noites seguidas, caçar e ter suprimentos infinitos?
Não, pois não existia geladeira em 1500 e as comidas estragam. É preciso encontrar um ponto de balanço entre a quantidade de comida que é consumida, o quanto é perdida e quanto tempo ficarás fora da cidade.
Lembre-se. Falamos de uma selva, com animais, indígenas e outros perigos. É preciso, portanto, selecionar também soldados para patrulhar e ficar de guarda para evitar qualquer roubo de seus suprimentos.
Foi em uma dessas noites que descobri uma das melhores (e mais dolorosas) partes de Expeditions: Conquistador: O seu combate.
Enquanto um de meus guardas fazia patrulha, um grupo de indígenas entrou no acampamento e começou a roubar nossos suprimentos. Obviamente, falei a meus soldados para se prepararem e irem para o combate.
Nisto, a interface se modifica, toda a movimentação é feita por turnos e os bonecos são posicionados em hexágonos. Você pode escolher até seis personagens e posicioná-los no “tabuleiro”.
No início, tudo pareceu tranquilo, seu típico jogo de estratégia por turnos, mas existem certas regras impostas que forçam o jogador a pensar em toda ação feita.
Vamos dar um exemplo: Eu tenho um soldado que atinge uma distância de zero hexágonos, ou seja, tem de estar de frente para o seu inimigo. Caso ele se mova após realizar um ataque em seu inimigo, o seu personagem tem um “ataque de oportunidade” antes de ele poder completar a ação.
O mesmo vale para inimigos com rifles em uma distância próxima. Além de sofrerem penalidade, o inimigo pode atacá-los com o mesmo “ataque de oportunidade”.
São estes detalhes que fazem o combate tão interessante, recompensa os pacientes e pune ferozmente quem mantém a mesma tática sempre. Foi o meu caso na história descrita cima.
Não tinha me acostumado muito bem com tudo, achei por melhor atacar os mais ameaçadores, como se isso garantisse a vitória. Mal sabia que alguns xamãs podiam me envenenar com seus dardos. Foi assim que acabou meu combate, com todos os meus soldados, médicos e arqueiros com sérias fraturas.
Se lembra quando falamos de gerenciamento? Isto também se aplica aos feridos. Caso haja suprimentos medicinais, feridas como pequenas escoriações, leves fraturas ou até mesmo fraturas mais graves podem ser tratadas em campo.
Outras, porém, só podem ser tratadas em cidades, o que pode não dar tempo de chegar dado a sua distância. Foi o caso com um de meus soldados. Muito machucado, escolhi não o tratar para tentar salvar a vida de outros dois membros da equipe, mais duas noites e lá estava ele morto. Nos próximos combates me dei um pouco melhor, o que fez com que alguns personagens ganhassem níveis e skills.
Outro ponto interessantíssimo é o sistema de leveling. Você pode especializar cada um deles de diferentes maneiras. Cada rank ganho permite a adição de mais uma habilidade em combate, além de melhorias para ações feitas durante o acampamento.
Para alguns soldados, optei melhorá-los no quesito patrulhas. Outros ganhavam habilidades para melhor se defender em combate e um terceiro grupo se focou na obtenção de comida e manobras evasivas no tabuleiro.
Por fim, chegamos ao sistema de equipamentos. Não é possível comprar uma arma específica, mas se pode obter, tanto em vendedores quanto pelo mapa, o material “equipamento”. Este é utilizado para alocar pontos nas duas armas do personagem, assim como na sua defesa.
Hora de partir para os aspectos técnicos, que serão discutidos brevemente desta vez. Um grande destaque foi dado à sua trilha sonora, que completa a ambientação de uma ótima maneira. Os sons de combate são razoáveis, mas não interferem na experiência de maneira pejorativa.
Está com medo de que seu PC não rode? Não se preocupe, Expeditions: Conquistador é um título bem leve. Não há muitos efeitos na tela, nem uma grande ênfase em criar os modelos mais detalhados possíveis. Por algumas animações ainda estarem em processo de desenvolvimento na versão testada, não temos como prever o produto final.
Como pode ver, Expeditions: Conquistador é um jogo complexo, mas extremamente compensador. Ainda não há uma data específica de lançamento, pelo o que vimos até então, parece uma ótima adição ao nicho de estratégia por turnos.