Cloud Chamber é um jogo peculiar, primeiro porque é e não é um jogo exatamente. Ele é uma experiência, um ARG (Alternate Reality Game) com foco na colaboração entre pessoas.
Desenvolvido pela Investigate North Aps para o PC (Com página já disponível no Steam) ele não é um jogo que você precisará acessar hotsites, buscar pistas pela internet, tudo acontece dentro do cliente. Não é um “gênero” muito conhecido no Brasil, mas lá fora já tivemos games como In Memoriam, jogos que buscam quebrar a barreira de jogos e a vida real.
O universo peculiar de Cloud Chamber
Em Cloud Chamber, a história se foca em Kathleen Petersen, que busca descobrir uma nova maneira de como conhecemos o universo enquanto busca pistas sobre a sua mãe. Claro que isso não é dado de bandeja para você. Será preciso investigar notas, diários e pedaços de vídeos para conseguir ver o que realmente acontece.
Você não fará isso sozinho, porém. Toda vez que abre uma pista, um chat e um fórum são abertos. O fórum conta com um estilo do Reddit, onde várias pessoas podem postar as suas teorias sobre o que pode ou não ser verdade.
No preview, isso estava um tanto quanto vazio, afinal poucas pessoas tinham acesso ao game, mas creio que irá aumentar consideravelmente no lançamento.
Antes que pense que isso pode fazer com que o jogo não vá pra frente, ele pede para que você contribua antes de permitir acesso a próximos “nodes”, pedaços da história ligados a trama geral. Meu receio atual é de que os players abusem desse sistema e comecem a denegrir o jogo ou postar spoilers nas primeiras partes da jornada. Já pude ver alguns desses problemas em cenas como pessoas com postagens no estilo “This is Sparta”, que não adicionavam valor algum a discussão em questão.
Em tese Cloud Chamber terá cinco temporadas, ainda sem previsão de lançamento. Por ser uma série investigativa meu grande receio é de acabar como tantas outras, televisionadas ou não, de criarem mistério em cima de mistério e no fim, não termos uma resposta para tudo.
É um jogo peculiar, não consigo apontar se ele é um adventure, se você faz tudo aquilo em vão, se a trama irá se desenrolar baseado no que os jogadores descobriram ou suas teorias e por aí vai.
Eu sou um grande fã de mistérios, gastei bons anos da minha vida tentando fazer sentido em Lost (não deu muito certo), amo Twin Peaks e no momento revejo Arquivo-X. Quem gosta desse estilo vai se sentir em casa ao jogar Cloud Chamber.
Aliás foi isso que me motivou a continuar, tem momentos que tudo parecia fazer sentido. Aí, do nada, mais mistérios aparecem e você fica ainda mais confuso. Eu comecei a parar para fazer anotações, rever cenas, notar peculiaridades, o jogo em momento algum te pede isso, mas você meio que sente a necessidade disso. Talvez esse será seu grande trunfo, te instigar a pensar e analisar pistas. Muito mais interessante do que combine um objeto X com o objeto Y.
É aquele tipo de game que os mais apressados, que não querem pensar, devem passar longe. Nas primeiras horas de jogo, você bem provavelmente não irá entender nada.
Ele também conta com alguns atores famosos para a trama, como Jesper Christensen e Gethin Anthony. Ao menos temos atuações boas, não aquelas coisas terríveis dos games FMV dos anos 90.
Não há muito o que se dizer em relação aos gráficos, afinal boa parte são filmes ou apenas documentos. Aponto, porém, que gostei muito até então da trilha sonora e como a interface é intuitiva para se navegar.
Apenas o tempo irá dizer se Cloud Chamber será um sucesso ou mesmo no lançamento seremos bombardeados por spoilers. Mas, como apontei anteriormente. Se você quer um tanto de desafio, mistério e ficção científica, é bom ficar de olho nele.