Pois bem, como prometido, montamos um pequeno preview de Akaneiro – Demon Hunters, o mais novo action RPG da Spicy Horse, criadores de Alice: Madness Returns.
Durante as minhas sessões com o beta-test, joguei no geral com o meu personagem focado em fortitude. Não existem classes específicas em Akaneiro, apenas stats base e habilidades base montadas para certos estilos de jogo.
Fortitude, por exemplo, seria o tank, ou seja, tomar porrada até o dia acabar e tentar não morrer. Cunning e Prowess são os focados em stealth/ ranged e DPS, respectivamente.
Uma parte boa de Arkaneiro é o nível de customização em relação as habilidades de seu personagem. Assim que chega no nível dois, você pode simplesmente ser melhor em habilidades cunning, compra-las na store e depis lá pelo nível cinco, voltar para fortitude.
Creio que futuramente há espaço para muitas builds interessantes quando os gamers em geral terem uma melhor noção das habilidades e stats que podem obter com seus personagens. Apesar de ajustável a seu estilo de jogo, o sistema ainda deixa muito a desejar em relação a o de Path of Exile, o aRPG do momento.
Toda a ação se desenrola a partir de missões obtidas por meio de um hub central de missões no vilarejo. Neste beta estão disponíveis cinco áreas diferentes com três missões cada.
Se falar que nenhuma área foi re-usada, seria uma mentira, mas não foi nada que chegou a incomodar com uma sensação de deja-vu. Parte que ajuda isto é a sua estética que, como comentada no artigo de jogos Free to play deste final de semana, traz consigo uma sensação de jogar Okami. Cel-Shading em comparação a outras estéticas aplicadas a jogos parece não só cansar menos a vista, como envelhecer muito melhor.
Enfim, em relação as missões, elas não poderiam ser mais “normais” do que qualquer RPG por aí. Vá para tal local, mate 10/20/30/40/50 inimigos, lute contra o “chefão” e volte para o vilarejo para sua recompensa. Obtenha loot, equipe melhor o seu personagem, aproveite a vida. Os inimigos também trazem a sensação de que não fizeram muito esforço para desenvolvê-los. Eles são basicamente animais ou monstros com cores diferentes dependendo da fase. Já os supostos chefões são estes mesmos monstros em tamanho GG.
Agora quem merece um parabéns especial é o pessoal que fez as dificuldades deste jogo, a partir da quarta área Akaneiro fica humanamente impossível.
Mesmo se você voltar a outras missões e ficar na 38ª festa do grind como se este fosse um parente bastardo de Dragon Quest, boa parte dos inimigos ainda te matarão em um ou dois golpes. Foi mais ou menos nesse momento que toda a “magia” de se jogar Akaneiro se desfez e as primeiras rachaduras do sistema “free to play” se tornam aparentes.
Veja bem, eu gosto de jogos free to play, eu já gastei uma quantidade digamos que abusiva em skins, roupinhas para meus heróis do dota e até uma roupa “presente de natal” para o meu mech do Hawken usar. Eu não ligo, se faz o meu jogo ficar mais fancy, podem enfiar a quantidade de coisas que quiserem.
Agora o que é inaceitável é pay-to-win, ainda mais pay-to-win contra uma dificuldade irreal que está lá somente por estar. Caso você não passe o último século a fazer grind nas missões anteriores, você pode comprar buffs de mana ou vida com espíritos especiais utilizando Karma, a moeda do jogo.
Até aí, tudo bem, afinal Karma você também acha em cada inimigo que você derrota, missão que você faz e baú aberto.
Só que este Karma também é utilizado para comprar habilidades e liberar as tais novas áreas. Quando eu finalizei as três missões da área um eu pensei “ok, vamos para área dois”. Foi aí que apareceu na tela “você precisa de 3200 pontos de karma para ir para a área 2”.
Com apenas 1400 pontos, eu tinha duas opções:
- Gastar os meus karma points comprando novas habilidades e farmar por mais tempo
- Não gastar meus karma points, farmar por menos tempo e arriscar apanhar feio nas próximas missões.
Se me lembro direito, conseguia obter uma média de 200 a 300 pontos por missão. Claro que eu teria a terceira e última opção, gastar cinco dólares para obter 120 mil karma points e simplesmente ter acesso às áreas novas sem me preocupar.
Temos tanto jogos hoje em dia que não trancam mais as áreas para jogadores que não querem gastar o seu dinheiro, me faz refletir o porquê de a Spicy Horse ter decidido ir neste caminho. Enfim, eu fui informado por um representante da empresa que estes valores ainda estão sendo ajustados. Portanto eles podem mudar nos próximos dias / meses, para bom ou para melhor.
Enfim, Akaneiro – Demon Hunters é um ótimo pacote envolto em um sistema free to play horrível. É como se você me desse uma edição especial de um jogo que gosto muito (Digamos, Katamari), envolto em um papel de presente feito de bosta. Apesar de gostar muito, não sei se valerá enfiar a mão na bosta só pra aproveitar. Se você gosta de grind, tens algo de positivo para encontrar em Akaneiro, que, apesar dos pesares ainda diverte na medida do possível.
Quem sabe com o passar dos meses ele não evolua para um produto melhor?