Já mostramos a você quais jogos nós achamos que receberam pouca atenção em 2016, mas, e os nossos favoritos? Bom, agora é a hora de revelar quais jogos nos deixaram mais empolgados, emocionados, seja lá qual for a emoção que trouxe.
Por que favoritos ao invés dos melhores? Bem simples na realidade. Todos os jogos listados, como qualquer outro, possuem falhas em um ponto ou outro. Portanto, chamá-los de melhores sempre soou estranho para mim.
Listas são subjetivas e com certeza você não vai concordar 100% com ela, e está tudo bem se não concordar, ok? Eu, Lucas, assumo que as minhas escolhas não foram tão ortodoxas, muitos jogos que eu queria colocar não estão na lista, mas não por serem ruins. Os que estão, foram os que mais me impactaram este ano.
Também não pedi para que o Diogo seguisse a mesma linha de pensamento do que eu. As opiniões dele são as opiniões dele e nem eu concordo com a lista.Como sempre, em caso de dúvidas é só recorrer ao FAQ no final do artigo.
Diogo Freire
Doom (2016)
Doom sempre foi um jogo mítico para mim. Conhecia sua fama, mas nunca tinha jogado ele direito. Nesse ano, joguei e mesmo após 23 anos, é possível ver suas influencias pela indústria, ou até que em certos aspectos, nem sequer foi superado. O seu reboot de 2016 então teve o trabalho de modernizar essas mecânicas, e afirmo com facilidade de que ele teve sucesso.
Uma jogabilidade rápida, foco absurdo nas mecânicas, e com um mundo bastante consciente da insanidade que é uma invasão demoníaca, tornou Doom provavelmente uma das maiores surpresas do ano. Inclusive, Doom tem provavelmente um dos melhores primeiros 15 minutos da história dos jogos.
Inside
Discutimos muito sobre polimento nos jogos, correção de bugs. Engolimos colisão de objetos em jogos porque acreditamos não ser tão importante. Entretanto a Playdead não quis isso para Inside, e quis demonstrar como seria um jogo que tivesse um polimento de um filme da Pixar. Tudo em seu design é bastante decidido, e na minha opinião, um dos melhores usos de câmera em um jogo 2.5D.
The Way
The Way é um caso engraçado para mim. Não é um dos meus gêneros preferidos no mundo dos jogos, mas acabei resolvendo dar uma chance, e agradeço a mim mesmo por ter feito isso. Mesmo com alguns quebra cabeças que brigam com as mecânicas do jogo, The Way consegue contar uma história bastante pessoal e intima, que encontra grande suporte na sua arte e na trilha sonora, sempre te lembrando dos motivos daquela busca para Tom, o personagem principal.
Overwatch
Eu nunca fui um cara de multiplayer online. Jogo bastante localmente com amigos, em jogos de luta, por exemplo, ou de uma forma cooperativa, como em jogos como Borderlands. Multiplayer de FPS nunca foram minha praia. Gosto bastante do gênero, mas corria longe desse aspecto. Entretanto, talvez por um apreço maior a Blizzard, e geralmente gostar bastante dos seus jogos, dei Overwatch uma chance, e entrei no beta fechado…e me apaixonei pelo jogo. Unindo os melhores aspectos de FPS e mobas, Overwatch é um deleite de jogar, e tento jogar todos os dias com amigos.
Titanfall 2
Se os outros jogos da lista foram surpresas, Titanfall 2 foi um tapa na cara pra acordar.Criado por partes dos desenvolvedores que iniciaram a — odiada por tantos e amada por outros — geração de FPS de “set-pieces” com Call of Duty 4, surge uma das campanhas mais divertidas de se jogar do ano, que vai diretamente contra a ideia de tirar o controle do jogador. Conciso é o sobrenome de Titanfall 2, que em nenhum momento desperdiça seu tempo, e provavelmente tem uma das melhores missões da história do gênero, Effect & Cause.
Menções Honrosas
Uncharted 4
No ápice da série no quesito gráficos, história e jogabilidade, Uncharted 4 falha em acertar o ritmo da narrativa. Momentos que seriam cenas fáceis de ignorar transformam-se em longos diálogos sem um propósito. Vou sentir falta de Drake, Sully, Elena e a ultima jornada deles foi muito boa já que sou um fã da franquia; somente tenho poucas vontades de revisitá-la. Quem sabe Uncharted: The Lost Legacy consiga acertar o ritmo que faltou no jogo base.
Dark Souls 3
Dark Souls 3 começa muito bem, com ótimos chefões — como o Nameless King — e áreas interessantes a serem exploradas. É um bom fechamento para a franquia e também mostra o quão formulaica ela estava moldada. Para quem nunca jogou, é um ótimo ponto de partida. Para quem acompanha há anos, é desgastante. O problema ficou mais visível com o DLC Ashes of Ariandel, que parece ter feito a From Software esgotar todas as possíveis ideias para um DLC no mínimo interessante.
Espero um futuro brilhante para a From Software, mas também espero que ela se aventure em novos território, traga uma boa jogabilidade e desafios de maneiras diferentes. Dark Souls 3 tem um espaço no meu coração, mas que por ora, mantenha-se adormecido.
Lucas Moura
Ashes of the Singularity – Escalation
Das dezenas, centenas de jogos de estratégia em tempo real, poucos me fizeram gastar tanto tempo em partidas contra a IA ou outros jogadores quanto Ashes of the Singularity e sua expansão, Escalation.
Em anos é o primeiro em grande escala que consegue trazer importância para as unidades, formações, terreno e construção de bases avançadas. O estilo de conquista de território à la Company of Heroes 2 torna as partidas mais intensas e faz com que suas escolhas sejam mais pesadas antes de aplicadas. Diante de um quadro de completa estagnação, é bom ver os jogos de estratégia em tempo real ganharem novidades, mesmo que refinamentos.
Devil Daggers
Você precisa de uma base para entender posicionamento e priorização de inimigos? Devil Daggers é a resposta para isto. O simpático survival da Sorath teve um impacto quase que terapêutico para mim. Diante de um mês de profunda dor e enjoo por problemas de saúde, foi um dos poucos jogos que me faziam esquecê-la. Cada partida de trinta segundos se unia para um total de duas horas em uma tarde, uma noite, ou até quebrar aquele maldito recorde.
Confesso que nos últimos meses, repletos de lançamentos, não o dei a devida atenção (e você possivelmente já passou de mim na tabela de liderança), mas com certeza volto o quanto antes.
Total War: Warhammer
Três anos depois do desastre que foi Total War: Rome II, a Creative Assembly entrega possivelmente o mais polido jogo desde Shogun 2 e uma tremenda evolução para a franquia. Pedido há anos por fãs, Total War: Warhammer culmina em um tremendo jogo com inovações muito bem-vindas.
De uma progressão de personagem mais interessante a uma diplomacia não tão horrível quanto no passado, os exércitos do Chaos, Bretonnia e os Wood Elves não poderiam ter chegado em melhor momento.
Homeworld: Deserts of Kharak
Homeworld: Deserts of Kharak consegue ser ao mesmo tempo um dos melhores jogos de estratégia do ano e um dos menos apreciados. Com uma tremenda campanha para um jogador, ele tira a série da obscuridade e de volta ao palco principal dos jogos de estratégia em tempo real.
A BlackBird interactive mostra a competência de conseguir unir uma boa narrativa e adaptar o sistema de movimentação / combate de Homeworld para um ambiente terrestre. Que o sucesso não pare em Deserts of Kharak e continue com expansões ou sequências.
No Man’s Sky
Da mesma maneira que Devil Daggers me ajudou a esquecer dores, No Man’s Sky reduziu a minha ansiedade nos piores dias do ano. Sim, eu tenho completa noção que ele não atingiu as expectativas — que durante o lançamento já estavam exorbitantes — e da reclamação dos jogadores em relação ao conteúdo.
Entretanto, quando um jogo consegue me tirar de estar perto de uma crise de pânico para um estado de relativa calma enquanto eu exploro planetas, faço algumas coisas bestas e ouço a trilha sonora, ele mais do que merece estar nesta lista. Dificilmente um jogo perfeito, mas definitivamente acolhedor. Que as galáxias e os planetas continuem lá para mim em 2017.
Menções Honrosas
Crusader Kings 2: The Reaper’s Due
Se existe um ponto onde eu posso falar “Comece Crusader Kings 2 por aqui”, é com The Reaper’s Due. Pode não ter uma tremenda quantidade de conteúdo como outras, porém o impacto na jogabilidade é significativo o suficiente para entrar na lista.
Novas mecânicas para as doenças da idade média me fazem pensar duas, três vezes antes de planejar meu próximo passo. Um incrível marco para a Paradox e para Crusader Kings 2 de maneira geral.
Stellaris
Como um 4X, ele é incrivelmente falho, capenga, com problemas na IA e muito caminho pela frente até ser polido. Mas eu não posso negar o seu impacto na minha vida em abrir os olhos para as possibilidades de misturar 4X com eventos que me faziam pular da cadeira de ansiedade para descobrir o próximo passo.
A maleabilidade de criar uma raça com características intrigantes e moldar o destino de uma galáxia é o ponto alto de Stellaris. Agora é esperar para que a Paradox acerte o caminho em torna-lo um jogo de estratégia a altura de outros como Europa Universalis IV e Crusader Kings 2.
FAQ
P: O meu [insira jogo favorito] não está na lista!
R: Tudo bem, acontece. Eu ainda não entendo o que o Diogo vê em Overwatch mas eu fico feliz que ele gostou o suficiente para começar a testar jogos multiplayer e gastar horas no shooter da Blizzaard.
P: Vocês não acham que [Insira nome do jogo ] deveria estar na lista?
R: Talvez, mas nos limitamos a cinco jogos e duas menções honrosas. Leia de novo e você percebe que todos os motivos para os jogos estarem ali foram devidamente explicados.
P: Estou profundamente inconformado com esta lista!
R: Você já pensou em ajudar uma ONG? Sério, é muito legal, eu recomendo. Eu ajudei a resgatar gatos por uns bons anos e é uma experiência recompensadora. Você se sente fazendo o bem para alguém, sabe? Definitivamente melhor do que ficar irritado com uma lista na internet.
P: Se eu gosto de [JOGO X], será que eu vou gostar de algum da lista?
R: Talvez, mas você sempre pode comentar no tópico e ajudamos você, essa é uma pergunta muito, mas muito abrangente. Sério mesmo.