A última semana me deparei com uma daquelas placas com frases de “efeito” que te induzem a refletir. Era algo como “Se você pensa em desistir, lembra porque começou” ou algo do tipo. Lembrei-me do motivo pelo qual eu detesto essas frases, primeiro pois são rígidas demais para algo que pode ser maleável. Segundo que o impacto delas tende a ser de curto prazo.
Me pergunte a razão de eu ter começado o Hu3Br e eu vou te responder com “bem, não sei, foi do nada”. Nem no nome eu pensei direito, foi ideia de outra pessoa. O motivo do site estar no ar ainda hoje em dia é muito mais importante. Vai além da necessidade de cobrir jogos indies aqui no Brasil, mas também dar um lar para jogos de estratégia, fazer análises mais aprofundadas em termos de jogabilidade e atender um nicho que sinto carecer atenção.
Estou muito bem ciente das minhas limitações também, não sou uma pessoa muito boa em fazer críticas narrativas (ainda que me arrisque de tempos em tempos em adventures ou outros jogos), e queria que meu ritmo de escrita fosse um pouco mais rápido. Porém, pedir isso em pleno 2020 é um tanto cruel comigo mesmo. Falo isso em paralelo com o fato que o Explorminate, um ótimo site sobre estratégia 4X, vai fechar as portas. Nem sempre concordei com as decisões do seu fundador, mas aprecio todo o foco que eles deram ao gênero nesses últimos anos.
Insiro esse “prefácio” antes de perguntar para vocês o que vão jogar neste final de semana pois quem acompanha o site com afinco notou uma leve redução nas postagens tanto de análises quanto de notícias essa semana. As razões são pessoais, envolvem outros problemas de saúde que tive de enfrentar, umas decisões familiares difíceis — uma boa hora até para eu mesmo revisitar o texto que escrevi sobre notícias ruins e Gris. Acabou que vários textos acavalaram e eu estou tentando desfazer essa imensa zona que está no meu calendário.
Por conta disso o final de semana vai ser meio agitado para mim, parte em textos para o site, parte em jogos que eu quero me aprofundar mais para trazer outros tipos de conteúdo.
F1 2020
Algumas pessoas me perguntam “Lucas, por que as suas análises demoram tanto tempo para sair?”. F1 2020 é um excelente exemplo disso! Eu tenho dois rascunhos dele feito e passei uma pequena parte da semana testando a pilotagem no controle.
Agora com o tempo livre do final de semana eu vou montar o meu volante e o Racing Sim Tools e comparar a telemetria das pistas entre a versão 2019 e 2020. Vai ter algum impacto no texto final? Não sei, mas eu sou – acima de tudo – teimoso e não quero publicar nada sem ter todos os dados possíveis ao meu dispor. Além do que, eu quero gastar mais tempo no modo MyTeam – de longe a melhor inclusão que a Codemasters fez nessa geração.
The Cycle
Eu tinha jogado The Cycle bem quando começou o acesso antecipado na Epic Games Store, mas ele não me fisgou na época. Menus confusos, progressão chata e uma comunidade que preferia o combate direto aos elementos PVE. Muitas atualizações depois e o início de uma terceira temporada me fizeram dar uma segunda chance.
A comunidade está mais gentil, você tem várias maneiras de completar o mapa e a hora de escapar do planeta pode virar um misto de tensão ou coordenação entre várias equipes. Uma boa pedida para quem não quer a rigidez dos battle royales que existem por aí e prefere partidas curtas. Vale apontar que ele é free-to-play, então espere o típico battle pass e skins cosméticas.
Brigandine: Legend of Runesia
Mais um dos textos que ficaram atravancados devido a problemas pessoais e minha saúde mental. Já tinha passado da metade da campanha de Brigandine quando eu perdi o foco da sua campanha e a dezena de nuances que ele possui em seu sistema de tropas, conquista de território e combate em turnos.
O que posso dizer de cara é que ele é o jogo para quem ficou decepcionado com a simplicidade e ênfase demasiada na história de Fire Emblem: Three Houses. É o SRPG que eu queria para o Switch, com camadas e mais camadas de complexidade. De recrutar monstros para lutar ao seu lado, equipá-los, gerenciar o nível de cada um deles e o custo de manutenção em mana por turno até entender como estender a sua fronteira para tomar castelos.
Modificadores de batalha são uma das maiores e mais fortes “inovações” em comparação com o original de PlayStation 1. Uso de chokepoints para encurralar o inimigo, diferentes status como envenenamento, silence (para impedir o uso de magias) e fogo amigo fazem você pensar e repensar cada turno. Em contrapartida, as batalhas são longas – muito longas. Tive uma delas que durou uma hora e meia, mas não me arrependo nem um pouco.
DARIUSBURST Chronicle Saviours
Eu tenho uma grande lacuna na minha vida que é experiência em shmups horizontais e já que Dariusburst estava em promoção no Steam, aproveitei para comprá-lo. Poderia ter começado com Gradius ou até R-Type, mas o estilo da Taito no “quantidade vs qualidade” e a inclusão de DLCs de outros shmups que gosto me fizeram dar preferência a ele.
Até então tem sido uma experiência peculiar. Os mapas em si não são muito desafiadores de navegar mas as hordas de inimigos são constantes. O que eu mais gostei até agora é o sistema de pontuação – refinado por muitos anos e que é tanto acessível quanto demandante para quem é experiente no gênero. Uma grande ajuda para entender mais sobre a série foi o livro Taito Arcade Classics do Hardcore Gaming 101. A certeza que tenho é que irei visitar os jogos anteriores da franquia.
Enfim, agora é a hora de vocês: O que vão jogar neste final de semana?