Olá pessoal, tudo bem? Como vocês podem ter notado, nós demos uma desacelerada nesse mês. Há vários motivos para isso, alguns pessoais demais para compartilhar aqui, outros voltados ao meu trabalho do dia a dia. Todavia, não queria deixar vocês na mão com a falta de críticas ou, no mínimo, resenhas. Setembro foi um mês recheado de lançamentos e nem se a nossa equipe se multiplicasse, seríamos capazes de cobrir tudo. Isso não quer dizer que não tenhamos alguns projetos ainda em andamento.
Por conta disso, vamos começar uma coluna mensal com opiniões rápidas sobre alguns jogos que estamos jogado e planejamos nos aprofundar no futuro. Claro que certos jogos não podem ser mostrados devido a embargos, então se preparem que tem mais coisa vindo por aí. Vale apontar também que a coluna não vai substituir as nossas críticas, mas sim dar um melhor panorama dos bastidores do site. Sem mais delongas, aqui vão alguns dos jogos:
Sable
O mais recente de todos da lista, e um que eu ainda estou remoendo todas as emoções que ele me passou. Sable é lindo, é sobre liberdade, autoconhecimento, entender quem você é no mundo e o que você quer para o mundo. Ele tinha tudo para ser mais um jogo “depressivo” ou tratar de temas do tipo – até eu pensei, quando comecei a jogá-lo que seria isso e me preparei para o pior. Saí com um otimismo incrível e um sorriso na cara.
Mas meu tempo com ele ainda não acabou, e nem deve acabar tão cedo. Existem tantos lugares que eu quero visitar e revisitar, mudar a minha glider, ver o por do sol, barganhar com mercadores para novas peças, coletar ovos, enxergar novos horizontes.
Sable me trouxe ainda mais saudade de sair de casa e olhar o mar, sentir a areia nos meus pés. Maldita pandemia, maldito país que não anda para frente. Ao menos os mundos virtuais me seguram por ora.
Residual
Residual devia ter sido lançado como Starbound, e não o jogo que a Chucklefish produziu. Enquanto as viagens intergalácticas de Starbound me traziam uma sensação de desconexão com o ambiente, pois tudo era passageiro em um jogo cuja proposta era literalmente “explorar o espaço e cravar um lugar para residir”, Residual traz muito mais uma exploração casual com bons elementos de puzzles.
Simples em sua estética, mas forte nas suas ideias, eu gosto muito de viajar para cada planeta, encontrar novas espécies, coletar materiais para me aprofundar nas suas cavernas e não ter de me preocupar com o combate.
O chamaria quase de um No Man’s Sky 2d caso o jogo da Hello Games não tivesse virado o monstro que é hoje em dia. Recomendadíssimo para quem quer curtir uma boa exploração durante o final de semana. E pode se preparar que vem crítica por aí.
Deathloop
Enquanto eu vou guardar boa parte dos meus comentários sobre Deathloop para a minha crítica, devo dizer que eu estou nadando na onda contrária e o novo game da Arkane Studios me empolgou muito menos do que eu imaginava.
Como um grande apreciador de como os seus sistemas são interligados e como eles complementam a história, há uma grande parte de Deathloop que soa um tanto… solta por assim dizer. O combate é pouco satisfatório e a ausência de desafio – mesmo que a intenção da Arkane possa ter sido de uma “power fantasy” – limita a minha criatividade na interação com cenários. Efeito adverso do que eu sentia em Dishonored e especialmente Prey –ainda mais quando colocaram a nova mecânica de degradação e reparo de armas.
Todavia, uma das minhas partes favoritas e talvez a maior divisora de águas, é o sistema de invasão. É o jogo perfeito para quem tem com quem jogar e fazer partidas 1v1, esse talvez seja o ponto onde o jogo de fato brilha. Mas não vou dar tudo de bandeja aqui.
Balsa Model Flight Simulator
Depois de um vai e vem sem fim, mudança de editora, Balsa Model Flight Simulator finalmente deu as caras no acesso antecipado do Steam e eu não perdi a chance de pular de cabeça. Kerbal Space Program é fantástico e saber que seu criador estava em um novo projeto me deixou bastante empolgado. O que não me deixou tão empolgado é o atual estado dele.
Claro que eu falo de um jogo em acesso antecipado, mas Balsa Model Flight Simulator parece faltar um pouco do “glamour” que até as versões iniciais de Kerbal Space Program traziam. Criar o seu próprio aeromodelo é divertido de início, mas as “regras” para que ele funcione corretamente são muito mais rígidas do que o se podia fazer em Kerbal Space Program.
O que mais me atraia em Kerbal Space Program era a capacidade do absurdo; mandar foguetes para a Lua entupidos de boosters e de alguma forma chegar lá inteiro. A física mais “realista” de Balsa me pune caso eu decida exagerar no design dos meus aeromodelos. Creio que exista um nicho para esse jogo, especialmente com o seu modo multiplayer e a capacidade de criar batalhas aéreas entre vários jogadores. Vou continuar de olho nos seu desenvolvimento e dar uma segunda, terceira, quarta chance a medida em que novas atualizações forem lançadas.
ConnecTank
ConnecTank sai oficialmente em 28 de setembro, mas posso adiantar que foi um dos jogos que mais me deixou ansioso em 2021. Para quem não leu as minhas primeiras impressões e a minha entrevista com os desenvolvedores, ConnecTank é parte roguelite, parte logística e parte combate entre tanques. Você assume o papel de um piloto e precisa conectar linhas de produção para levar munição até o canhão do tanque.
Só no tutorial eu fiquei tonto de tanta coisa para fazer. Era um joga peça ali, peça acolá, peça que quebra, o outro tanque atirando em mim, eu desesperado tentando fazer as combinações corretas para derrotar o oponente. Um total “deus que nos acuda”, mas o prazer de sair vitorioso em uma batalha supera tudo.
Eu ainda estou bem no começo da campanha, coletando peças para montar tanques poderosos e sobreviver a uma economia pós-capitalista com demandas de trabalho “absurdas”.
A própria narrativa aponta esses extremos e ainda assim é cheia de humor. Outro que consigo me ver jogando horas só para ver a quantidade de tanques e as combinações de desafios que podem aparecer. Isto é, se a minha ansiedade não entrar no caminho.
Armoured Commander II
Falar que eu só estou jogando Armoured Commander II agora é uma grande mentira. Na realidade eu estou jogando-o desde a sua primeira iteração quando era gratuito e não tenho intenção de parar tão cedo.
De Gregory Adam Scott ele é um dos poucos roguelikes que une batalhas históricas, tanques e interações complexas. A versão 1.0, lançada no começo do mês, pega principais os períodos da Segunda Guerra Mundial com operações como Khalkin Gol – sobre a luta dos Japoneses contra a União Soviética no rio que da nome a batalha – até a “Operation Torch” realizada em 1943 na Tunísia.
Devo apontar que Armoured Commander II é um roguelike que não é para os fracos ou inexperientes. Ele visa detalhar cada parte do tanque com uma incrível precisão, incluindo altura e espessura do modelo e qual o papel do tanque durante o combate. Concordo que existem algumas situações um pouco exageradas ou fora de contexto, como a vez que eu fui eliminado por um grupo de soldados, mas a causa da perda do meu tanque não foi bem explicada. Ainda assim o recomendo para quem gosta de ser desafiado e da Segunda Guerra Mundial.
Legend Bowl
Eu havia desistido de comprar Madden desde a edição 18. Sabia que a Electronic Arts não iria melhorar a jogabilidade, ia se focar cada vez mais no modo Ultimate Team, e desde então eu vinha buscando um substituto para ele. Eis que surge na minhas recomendações do Steam Legend Bowl da Super Pixel Games.
Os visuais “16-bit” de início me enganaram pensando que era só mais um jogo que buscava se escorar na nostalgia, muito pelo contrário. Legend Bowl é um jogo de futebol americano com uma estética clássica sim, mas com toques modernos e ótimos controles. O sistema de bloqueio – seja jogando na defesa ou endo a IA impedindo você de avançar – é fantástico. O modo franquia dá de 10 a 0 nos Madden dos últimos anos e acima de tudo é fácil de aprender.
Junto com Super Mega Baseball 3, Legend Bowl expande a tradição de “jogos esportivos para PC que são melhores do que as suas versões oficiais”. O que falta agora é o retorno de um ótimo jogo de tênis e um de basquete. Sonhar não custa nada, ainda.
WRC 10
Depois o gosto azedíssimo que DiRT 5 deixou ano passado na minha boca, salvo apenas pelo fantástico art of rally, é bom voltar para um jogo de Rally com direito a volante, pistas intensas e uma fantástica melhoria para a jogabilidade.
Como alguém que acompanhou a ascensão da KT Racing de um WRC mediano até o incrível componente que temos hoje, WRC 10 mostra uma incrível maturidade. Apresenta que é possível sim encontrar um meio termo entre ter uma competente jogabilidade no controle e oferecer opções suficientes para quem joga no volante, embora o último ainda careça um pouco mais de opções e requer uma boa dose de ajuste dependendo do modelo que você tem, ainda mais para os donos do G27.
WRC 10 ainda não é a resposta para DiRT Rally ou DiRT Rally 2.0, mas quando eu tive um setembro tão caótico, tão cheio de vai e vem e momentos de depressão profunda, foram os time trials, as belas paisagens da argentina, croácia, Japão, Países de Gales (malditos muros!) e o modo carreira desse jogo que me salvaram do abismo.
E vocês? O que tem jogado? O que estão ansiosos para jogar nas próximas semanas? Querem que escrevamos sobre algum jogo em específico? Comenta aí!