Tenho acompanhado o desenvolvimento de Railway Empire desde os seus primeiros passos no período beta. Vi um jogo que era para ser mais um “jogo de trens” para um dos gerenciadores mais fácil de serem compreendidos. Mas isso começou a mudar no final de 2019.
Ainda que o game da Gaming Mind Studios não englobe a enormidade de transportes — como é o caso de Transport Fever 2 — o seu último DLC – Northern Europe – é facilmente colocado no patamar de um dos mais difíceis já desenvolvidos para o game.
A complexidade não surge só do novo terreno, que em boa parte é plano, mas as devastadoras nevascas que podem ocorrer aleatoriamente e a inclusão de 10 novos tipos de alimento. Como aparenta ser um dos maiores mapas lançados via DLC, a sua campanha Hibernation – que ocorre de 1853 a 1870 – requer uma gigantesca perspicácia para vencer, coisa que ainda não obtive.
Um dos melhores, e piores sistemas de Railway Empire é a manutenção de locomotivas. Não coloque pontos para reparar, trocar a água ou colocar areia ao longo da linha e ela vai dar um imenso prejuízo a longo prazo. Com a inclusão das nevascas, o custo de manutenção pode dobrar ou até triplicar.
Outra dificuldade da campanha é o sistema de regiões, que já tinha sido introduzido em versões anteriores. Em suma, você só pode ter acesso as matérias-primas e bens de algumas partes do mapa e terá de comprar licenças para explorar outras regiões do mapa. Isso se os seus competidores não chegarem primeiro.
Desde que eu comprei o DLC de Railway Empire, travo em uma batalha para vencê-lo nas dificuldades mais altas. Ora é uma locomotiva que falha, ora é algum problema administrativo, meus adversários manipulando os preços de mercado; a lista vai longe.
As coisas só tendem a piorar quando as nevascas tomam conta do mapa. Foram incontáveis vezes que vi minhas queridas locomotivas paradas no meio do trilho e a cidade destino ficando estagnadas, minha renda diminuir e eu perder o cenário.
Vale apontar que não é a primeira vez que a Gaming Mind Studios usa neve como uma mecânica. O mesmo aconteceu em DLCs como “The Great Lakes” em 2018. Entretanto, as mudanças eram mais estéticas. Transformar as nevascas de Northern Europe como um real perigo e fazer o jogador se preparar para eventuais problemas é o que eleva o DLC a novos patamares.
A mudança de tema (e região) trazida por Northern Europe além de ser ótima, mostra o interesse da Gaming Mind Studios em desenvolver mais cenários complexos e com mecânicas mais elaboradas. Por muito tempo senti que Railway Empire não passaria de um belo construtor de ferrovias para quem não quer se estressar em micro gerenciar a sua frota.
Se ele acabar recebendo novos DLCs, torço para que sejam do mesmo calibre, ou até superiores a Northern Europe.
O DLC está disponível via Steam por R$16,50.