A cada vídeo lançado de Humankind eu vejo como a Amplitude Studios aprendeu com o desenvolvimento de Endless Space e Endless Legend. Narrativa sempre foi o forte da empresa, e não é de surpreender que isso agora vai se estender para o sistema de avatares e suas IA – tema do diário de desenvolvimento divulgado nesta sexta-feira (22).
Embora os jogos anteriores da desenvolvedora já possuíam algum grau de personalização — como criar um império usando como base raças existentes em Endless Space 2 —, o sistema de Humankind é muito mais granular. O avatar do seu personagem pode ser ajustado em múltiplas frentes, seja o estilo de cabelo, tom de pele, detalhes faciais e até como gesticulam durante eventos diplomáticos.
O mais interessante, e diria em parte até inovador, é o sistema de IA. A Amplitude criou primeiro um sistema de arquétipos que definem como ela se comporta diante de situações específicas ou ao dialogar com outras civilizações. É possível, por exemplo, criar um líder extrovertido mas cuja confiança é difícil de conquistar. Ou, aqueles mais sádicos (não se escondam, sei que vocês estão por aí), podem criar um líder mais cruel e audacioso.
Além dos arquétipos, os avatares de Humankind poderão ser ajustados em duas outras áreas: pontos fortes e vieses. Os pontos fortes, como o nome indica, são bônus fixos para o seu avatar. Estes variam de aumento na produção de cultura ou pesquisa, mais poder de combate para certos tipos de unidades e por aí vai.
Já os vieses são mais específicos e ajudam a determinar o que a IA pode tentar obter durante uma partida. O vídeo divulgado mostra alguns exemplos como “manter a mesma cultura durante a partida inteira” ou “aliar-se com todas as civilizações”, e “foco em estabelecer cidades em regiões costeiras”.
Todavia, você não terá acesso a todos esses arquétipos, vieses ou pontos fortes de cara, mas sim irá desbloqueá-los na medida em que você encontra outras civilizações ou completa certas conquistas. Não concordo muito com essa decisão, mas não nego que é uma boa forma de manter o jogador investido em múltiplas partidas.
Todas essas adições só me fazem pensar que Humankind e Old World (que também traz o seu tempero especial para os 4X) estão criando a planta base para a próxima década no gênero. Claro que não esqueço que algumas dessas mecânicas já deram as caras em jogos como Galactic Civilization III — um dos mais personalizáveis atualmente — ou Star Ruler 2, mas essa é a primeira vez que jogos com um apelo mais abrangente começam a abraçá-las. Olha, se eu fosse a Firaxis, eu repensaria bastante o design do próximo Civilization.
Humankind sai em 22 de abril no PC (Steam / Epic Games Store)