Imagine em uma realidade alternativa onde a França não existe mais, a nação governante é composta pelos Neo-Incas, que agora impõem seu poderio militar por toda a Europa. Eu tenho plena noção que isso soou completamente ridículo, mas foi algo que fiz graças a expansão para Europa Universalis IV, El Dorado.
Antes de entrar no que se trata a nação Neo-Incas, vamos dar uma olhada nas principais adições de El Dorado. A principal novidade foi a adição de mecânicas para as nações da América central. Os Incas, Maias e Astecas receberam sistemas baseados em suas crenças.
Agora as três nações contam com um contador para o fim do mundo, crença difundida na época que apenas os deuses dessas nações poderiam impedir que o mundo acabasse. Você então terá de sacrificar humanos para que isso não aconteça. Claro que o fim do mundo nesse caso é apenas uma ideia, que resulta você perder o monarca e ter um monarca sem bônus colocado no poder.
É preciso entender que “vencer” com uma nação da américa central em Europa Universalis é uma tarefa árdua. Independente da maneira que comandar o seu reino, as chances de sobreviver a investida europeia após alguns anos é uma tarefa difícil. Eles possuem tecnologias mais avançadas, exércitos mais poderosos e por aí vai.
Para aqueles que desejam uma experiência mais interessante no para nações que viviam no “novo mundo”, as novas mecânicas serão mais interessantes.
No geral senti que estas tornaram o período mais desafiador. Eu estava em guerra constante para obter sacrifícios, assim como outras nações próximas declaravam guerra a minha para o mesmo propósito.
Não é um estilo que eu busco em Europa Universalis IV, porém. Tenho preferência a pegar nações pequenas na Europa, dado meu conhecimento maior da região, e ver até onde posso expandi-las sem começar a me irritar com as guerras constantes. Talvez um reflexo da falta de tempo que tenho para jogar e consequentemente buscar experiências mais relaxantes.
Os países europeus que explorarem o novo mundo poderão buscar por El Dorado, a cidade mística que de acordo com as lendas era feita de ouro. Ao encontrá-la, você receberá um bônus permanente para a nação.
Essa busca não é nada mais do que eventos aleatórios que ocorrem ao explorar o novo mundo. Dentro das limitações do Europa Universalis IV, é aceitável, apenas queria um pouco mais de interatividade por parte de escolhas oferecidas para o jogador.
Finalmente a Paradox colocou uma funcionalidade que eu tão desejava, exploração automatizada do continente. Não que a exploração manual fosse ruim, mas existem tantos sistemas que você tem de ficar de olho em Europa Universalis IV que automatizar isso é uma grande ajuda.
Todas essas funcionalidades, porém, não são quase nada comparado ao Nation Designer, comentado anteriormente. Em resumo você pode criar uma nação em qualquer lugar do mapa, com nome e atributos personalizados.
Um dos motivos pelo o qual que jogo tanto Europa Universalis é a possibilidade de criar cenários absurdos, como Portugal dominar parte do território europeu, ou fazer com que a França não seja uma potência na linha do tempo alternativa criada durante a partida. O Nation Designer faz justamente o que eu tanto desejava, expandisse isso.
Queria poder descrever todos os absurdos que criei, como uma nação com a tecnologia do leste europeu em território brasileiro, ou um “Neo-Inca” no Japão e por aí vai. Assim como as mudanças na américa central, o Nation Designer vai depender muito do gosto de cada um.
Eu vejo-o como uma peça central em expandir o Europa Universalis IV de forma que ele consiga agradar a outros tipos de jogadores. Nem sempre eu estou com paciência para tentar controlar o Império sacro-romano, por exemplo. O Nation Designer então fornece flexibilidade para que eu crie algo e me divirta nem que seja por algumas horas.
Existem limitações do que se pode fazer no Nation Designer dado a um sistema de pontos. Ou seja, você não poderá criar a nação mais poderosa da Terra do nada. Caso queira, existem mods que alteram parâmetros e oferecem pontos infinitos. Não vi necessidade, pois torna o game um tanto quanto fácil.
No fim do dia eu sempre repetia a mesma dúvida que tinha, eu me divertia com El Dorado porque era bom ou apenas pelas novidades? No fundo eu acho que o Nation Designer já vale pelo resto do pacote, é uma ferramenta que me vejo voltando a testá-la no futuro, com outros DLCs, com adições e por aí vai.
As mudanças no sistema de religião da américa central são interessantes para quem realmente gosta da história das nações que ali residiam no período, mas não o suficiente para que eu tirasse da cabeça a constante ideia de que uma hora os conquistadores iam chegar e aquele esforço seria em vão.
Europa Universalis IV – El Dorado está muito longe de ser uma expansão ambiciosa como foi com Art of War. As adições foram interessantes, apesar de algumas não serem muito compatíveis com o meu estilo de jogo. Recomendo unicamente pelo Nation Designer.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela Paradox