Olá senhores, espero que todos tenham tido um ótimo carnaval. Para uma boa volta aos trabalhos, nós do Hu3Br preparamos uma entrevista com Daniil Spivakov, um dos desenvolvedores de Eador Masters of the Broken World, um game de estratégia por turno que será lançado em breve no Steam.
- Já que Eador não é muito conhecido no ocidente até recentemente, você poderia nos explicar como é sua jogabilidade?
Claro! Apesar do jogo original ter sido lançado recentemente em inglês por meio do GOG, ele se tornou relativamente famoso na Rússia e criou uma grande comunidade em torno dele nos últimos quatro anos. É estimulante finalmente mostrar o jogo para o resto do mundo. Até então as reações tem sido extremamente positivas e, para nossos desenvolvedores, motivadoras também.
Eador é um jogo que se inspirou em diversos jogos clássicos de estratégia. Isto incluiria Heroes of Might & Magic, Civilization, Age of Wonders e acima de todos, Master of Magic. Isto é apenas uma base para te dar uma idéia sobre o que é o jogo.Não é só uma compilação de idéias que funcionou há anos atrás, pois Eador possui características próprias.
Eador é uma mescla interessante de estratégia global, elementos de RPG e estratégia por turnos onde você realmente tem de pensar sobre suas estratégias com cuidado.
Mesmo na dificuldade mais fácil você não conseguirá muito sucesso com decisões precipitadas. Sente, tome o seu tempo, reflita sobre as opções e aí então se decida. O jogo é mais recompensador se você jogá-lo desse jeito.
Ele consiste de três camadas de gameplay. A primeira é o nível global onde você escolhe a direção para o progresso de seu império. Já que você é um dos mestres (semideuses no mundo de Eador), você pode atacar qualquer “shard” que você estiver interessado para obter recursos e tecnologias.
Para que esse shard seja capturado, porém, você precisa capturar todas as suas províncias.
Após escolher o “shard” desejado, você é transportado para um mapa estratégico gerado aleatoriamente, será dentro dele que você prosseguirá com a sua função de líder. É nesta parte onde boa parte do jogo ocorre.
Nela você gerenciará suas províncias, negociará com outros mestres neste “shard”, desenvolverá a sua economia e tomará decisões a cada turno sobre eventos aleatórios que ocorrem.
Em Eador cada “shard” é um mundo simulado que possui diferentes tipos de pessoas, regiões e sistemas políticos. Tais coisas adicionam uma vasta profundidade tanto estratégica quanto no quesito roleplay.
Quando encontras um inimigo no mapa estratégico, a terceira e última camada de gameplay aparece, as batalhas táticas. Cada unidade que contratas é única, não um exército. Eles possuem atributos variados, como stamina e moral que, além dos diferentes terrenos onde as batalhas são travadas, causam um grande impacto no resultado do combate.
- Até onde vimos parece que Eador não terá multiplayer, ele será implementado posteriormente?
O Multiplayer ainda está em desenvolvimento e até então planejamos colocar algo um jogo de xadrez nas batalhas táticas. Você recebe um número limitado de pontos para gastar em um herói, unidades, magias de sua escolha e as suas características.
O seu oponente faz o mesmo e assim que estiverem prontos a batalha entre seus exércitos começa.
- Apesar de não ter jogado Eador: Genesis, tãopouco Masters of The Broken World, pelo o que vimos parece que existem muitos elementos para se levar em consideração durante a jogatina. Haverá algum tipo de tutorial ou um manual completo para iniciantes?
Pois é, nós ouvimos bastante sobre isto e é completamente compreensível. Nós estamos preparando um manual para o Master of the Broken World que também funcionará para o Eador: Genesis.
- Eador: Master of the Broken World ainda está previsto para ser lançado no primeiro trimestre de 2013?
Sim, o jogo deve ser lançado em abril tanto no Steam como no GOG se você tiver interesse em uma versão digital.
- Temos grandes jogos de estratégia neste ano, como Europa Universalis IV, March of the Eagles, East vs West: a Hearts of Iron Game, Rome Total War 2, dentre outros. O que você espera das vendas de Eador levando tais títulos de peso em consideração?
Estes jogos são todos de franquias não só bem estabelecidas como populares, portanto Eador não pode ganhar deles de cara. Tenho certeza, porém, que os fãs de estratégia gostarão o suficiente de nosso trabalho para conseguirmos competir.
- O jogo receberá algum DLC após seu lançamento ou terá suporte a mods?
Suporte a mods é algo que nós realmente queremos implementar. Não posso prometer nada neste momento, porém, estamos muito ocupados com os detalhes finais do desenvolvimento do jogo.
Em relação a DLCs, nós adoraríamos criar conteúdo adicional para Eador, mas primeiro temos de descobrir o que os jogadores querem que seja adicionado após o lançamento.
- Você poderia nos contar um pouco sobre a criação da Snowbird Studios?
Originalmente nosso estúdio foi fundado em 1996 e se chamava Snowball Interactive.
Em 2008 nós decidimos tentar seguir o caminho de uma produtora. Nesta época publicamos projetos como o Combat Mission: Afghanistan, Mount & Blade: With Fire and Sword e Goblins 4.Como uma editora, nós lançamos na Rússia projetos como Machinarium, Amnesia e The Whispered World. Então nós somos muito amigáveis com desenvolvedoras indie e o movimento indie no geral.
Todos estes anos desde a fundação de nosso estúdio, tínhamos a ambição de sermos desenvolvedores e lançar o nosso próprio jogo. Finalmente, dois anos atrás nós ficamos mais perto deste sonho se tornar a realidade com o início da produção de Eador Masters of the Broken World.
- Como vai o “Caribbean”? (Caribbean é o segundo jogo da empresa, feito na engine do Mount & Blade e possui como foco principal a época dos piratas).
Vai bem, obrigado. Apesar de estarmos tendo algumas dificuldades com o desenvolvimento em certas partes, o jogo tem ficado melhor a cada dia que passa. Estamos ansiosos para mostra-lo para os jogadores.
- Pelo o que vi, Eador não usou o Kickstarter ou Indiegogo para uma campanha de crow funding. Existe um motivo para isto? Qual é a sua opinião sobre estes sistemas?
Nós não precisávamos, apesar que com certeza teria nos ajudado a tornar o jogo melhor ainda. Talvez o consideremos no futuro.
Crowd funding é um sistema interessante, mas o problema é o mesmo com o Steam Greenlight. A maioria dos projetos no Kickstarter tem sido feitos por pessoas com um grande reconhecimento dentro da indústria. Isto não é algo ruim, mas me faz pensar sobre a quantidade de exposição necessária para que jogos indie chegassem a quantidade de dinheiro necessária em pouco tempo.
Também acho que os jogadores precisam estar mais atentos ao fato que, nem todos os jogos que eles investiram dinheiro serão ótimos ou até mesmo lançados. É um assunto complicado.