Final de ano é uma coisa maravilhosa, não é mesmo? Shoppings lotados, ondas de calor pelo Brasil, e o momento para refletir sobre a centena de jogos que lançaram este ano. Claro, todo mundo se lembra dos que fizeram mais barulho, mas, e aqueles que passaram despercebidos? Para isto fizemos a lista dos dez jogos que você provavelmente não jogou este ano.
Como todas as nossas listas, ela não deve ser tomada como verdade absoluta, tampouco como um guia completo para todos os lançamentos. Afinal, se fossemos colocar todos os jogos que consideramos negligenciados, a lista subiria para 50 e a sua carteira ia chorar.
Antes que pergunte, o critério usado para sua criação foi: “Achamos que estes jogos não receberam a devida atenção e possuem uma ou mais características que deviam ser melhor exploradas ou são de alguma forma interessante.”. Isto não quer dizer que eles não possuem falhas ou que vão agradar todo o tipo de jogador. Tenham isso em mente na hora de escrever e-mails raivosos. Obrigado.
Brigador
A maneira mais “simples” — e também a mais errada — de descrever Brigador é “Desert Strike com robôs”. O game da Stellar Jockeys, que prefiro chamar de um “Doom isométrico” não mostra a profundidade das suas mecânicas até gastar algumas horas de jogo com ele.
Cada robô / tanque / hovercraft tem um método de movimentação e equipamento a ser utilizado. Sua missão? Destruir tudo o que ver pela frente e eliminar os objetivos de cada fase. Ele se destaca pelo intenso combate e a maneira com que a desenvolvedora consegue passar a priorização de inimigos e a necessidade e de usar cobertura ou contramedidas para avançar no cenário.
Ele sofreu de alguns problemas de navegação pelos mapas durante o lançamento, mas uma atualização em outubro fez com que ele se tornasse mais simples para novatos e ainda inclui suporte a controles de Xbox 360 e Xbox One.
Graviteam Tactics: Mius-Front
É verdade que os jogos da Graviteam não têm a interface mais intuitiva do mundo, mas nem mesmo na comunidade de nicho que é estratégia / wargames, pouco se falou sobre Mius-Front. Possivelmente o melhor até então da franquia.
Ambientado no verão de 1942 na região do rio Mius — que corta a Ucrânia e a Rússia —, Mius-Front almeja ser mais uma simulação do que um “quebra-cabeça” como em jogos como Combat Mission ou Order of Battle.
Vencer nem sempre é uma questão de fazer o movimento certo na hora certa, mas de saber gerenciar os equipamentos para que eles sejam eficazes em combate enquanto lida com a moral dos soldados, atraso nas ordens e um complexo sistema de campo de visão e artilharia. Sua complexidade e realismo é comparável apenas com Command Ops 2. Se você tem o mínimo de interesse por conflitos menores no front do leste europeu, Mius-Front é o que você merece para este ano.
Kathy Rain
No que parecia ser um adventure relativamente simples se esconde uma ótima narrativa sobre perda, amadurecimento e problemas familiaries que raramente são mencionados em outros games. Uma protagonista cativante e um conjunto de personagens que não decepcionam fazem com que Kathy Rain seja um dos meus adventures preferidos do ano. Não quero estragar a surpresa da narrativa, mas recomendo de olhos fechados.
Mu Cartographer
Explicar o que é Mu Cartrographer é especialmente difícil em comparação com outros da lista. A premissa é de controlar uma estranha máquina alienígena para mapear um planeta desconhecido e descobrir os seus segredos.
Quanto mais fundo você vai no jogo, mais interessante as coisas ficam e mais complexo se torna de manipular o terreno. O bônus fica para a ótima trilha sonora e o clima de serenidade que ele passa nas curtas horas de duração. Pessoalmente amo gastar alguns minutos por dia como ferramenta de relaxamento.
ISLANDS: Non-Places
Defino Islands: Non-Places como um jogo no sentido de um aplicativo o qual você clica em botões e ações acontece. É mais uma exposição virtual do artista Carl Burton do que qualquer outra coisa.
Independentemente, a maneira que Burton transforma elementos do cotidiano em cenas mágicas, surreais e o ótimo design de áudio fazem com que ele entre nesta lista tranquilamente. Você tem uma hora livre do seu dia? Por favor, gaste seu tempo com Islands e veja o mundo com outros olhos.
Duskers
O que é exatamente estar no controle ou comandar unidades? O que acontece quando você deve então controlar robôs em uma espaçonave desconhecida, com informação limitada e por meio de um terminal ao enviar códigos que se transformam em comandos? Tensão a cada esquina.
Duskers é algo único, transforma o conceito de interação entre o jogador e o ambiente, cria distância do local em si e uma incrível sensação de imersão. Linhas de código nunca foram tão importantes e pequenos pontos na tela são o que separam a vitória da derrota. Junto a hackmud, um dos jogos que encontra sua força na interface, e facilmente candidato a maior surpresa do ano.
Xanadu Next
Tecnicamente é um lançamento de 2005, mas só chegou no ocidente oficialmente em 2016, então conta para esta lista, okay? Após tantos anos de pedidos para que um dos jogos mais interessantes da Nihom Falcon chegar no ocidente, praticamente nem mesmo um burburinho foi ouvido.
Xanadu Next merece a sua atenção pela trilha sonora, pelo combate e pela progressão parecida com um Hack ‘n Slash ocidental, mas com ênfase em melhorar o equipamento do que trocar por um novo. No momento em que você aprende os sistemas e como você pode manipulá-los ao seu favor, só lamento pelas suas horas de sono.
Infinite Air
Ao levar em conta que Steep foi praticamente ignorado por muitos dado o preço, não é surpreendente que Infinite Air da HB Studios sequer recebeu menções por aí. A mesma equipe de The Golf Club traz a sua metodologia de “ofereça uma campanha simples e ótimas ferramentas de edição” para um jogo que não pode ser melhor descrito do que o SKATE para quem gosta de Snowboard.
Incrivelmente complexo e rico em conteúdo feito pela comunidade, dominar as manobras é um exercício de tentativa e erro que se paga no final com um maravilhoso combo. Para quem já testou e não gostou, dê uma segunda chance pois a atualização de novembro trouxe grandes melhorias para o sistema de manobras.
Small Radios Big Televisions
Tal como Islands: Non-Places, Small Radios Big Televisions é mais sobre te levar para um estranho mundo do que te desafiar com puzzles mirabolantes. Apesar do elemento estar presente, ele conquista pela maravilhosa trilha sonora e os bizarros cenários que o jogador adentra ao tocar fitas cassetes.
Mais um ótimo jogo para te relaxar e dar uma reduzida do stress do cotidiano. O que, sinceramente, é o que mais precisamos em 2016.
Videoball
Com o frenesi em volta de Rocket League, fico meio embasbacado de não ver tantas menções sobre Videoball, possivelmente o meu jogo favorito do ano para gastar o tempo com os (poucos) amigos que o possuem.
Da lista é literalmente o jogo mais simples de se aprender. Mova o triângulo, acerte a bola, faça um gol. A quantidade de cenários e layouts é impressionante, tanto o modo online como local funcionam de maneira sublime. É perfeito para fazer torneios com os amigos, então por favor, dê uma chance à Videoball.
FAQ
Q: Ei, [insira jogo favorito] não está na lista e estou incomodado!
R: Eu entendo, nem sempre eu posso cobrir tudo, lembrando que o site tem apenas dois redatores e apenas um deles é ativo todos os dias. Ao invés de mandar um e-mail irritado para mim, faça o seguinte: Coloque-o nos comentários e liste o motivo pelo qual ele não foi propriamente apreciado e faça um pequeno resumo dele. Eu irei considerar uma segunda lista feita pela comunidade
Q: Isto significa que eu não devo jogar o que não está na lista?
R: Para ser sincero, joga o que você quiser, quem sou eu para julgar como você gasta o seu tempo.
Q: Você não acha que [ outro jogo pouco apreciado] merece um pouco mais de atenção?
R: Favor ver a primeira questão
Q: Quase todos os jogos que você listou são independentes e / ou de nicho, há um motivo para isto?
R: Se existe uma “categoria” que luta para sobreviver dentro deste mar de lançamentos, são eles. Isto, no entanto, não significa que todo jogo independente é bom ou que todo jogo de nicho é bom. Novamente, cada um deles tem um motivo para estar na lista e não é isento de falhas.