Em uma geração onde as desenvolvedoras cospem shooter atrás de shooter, Deadfall Adventures parecia que poderia melhorar certos aspectos do gênero, como o retorno de Puzzles e nem tanto o foco no tiroteio. Eles tentaram, ao menos.
A trama se passa em 1938 e conta a história de James Quatermain, um arqueólogo / aventureiro / canastrão-like e sua companheira Jennifer Goodwin. Sua missão é prevenir que um perigoso artefato caia na mão dos nazistas.
Toda a estrutura de personagens é bem parecida com a série Uncharted, Indiana Jones e por aí vai. Não que seja ruim, mas começa a cair em alguns dos esteriotipos de jogos de ação da última geração.
Com uma base linear, Deadfall Adventures leva Quartermain e seus amigos em variadas localidades, Egito, neve e por aí vai. O esforço da Farm 51 em criar belíssimos cenários pode ser visto. Com uso da Unreal Engine 3, cada tumba, caverna e templo foram feitos com muitos detalhes para serem observados por um bom tempo. Infelizmente a ação não permite.
Quando falamos em ação, Deadfall Adventures é completamente diferente do último trabalho da Farm 51, Painkiller Ressurection. Agora existe um limite de armas, todo o tiroteio é mais lento, bem parecido com o que temos em Battlefield, Call of Duty ou outro shooter. É uma pena, pois precisamos de mais jogos árcade nessa e na próxima geração e menos realismo.
Entre os combates, temos as partes de “exploração” e puzzles. A exploração serve para encontrar artefatos e melhorar habilidades, que são divididas em quatro categorias. Alguns melhoram a regeneração de vida, outro o poder das armas e o da lanterna.
Essa lanterna funciona para enfraquecer os monstros, estilo Alan Wake. Esses, envolvem múmias ou zumbis de 1000 anos atrás que servem como propósito para proteger o templo. É uma mecânica que traz um pouco de variação também no combate, mas nada que já não foi feito antes.
Temos então, os puzzles. Diria que, se removêssemos a mecânica de Deadfall Adventures, não perderíamos nada. Eles são sem graça, simples demais e fazem você perder mais tempo do que deveria. Eles se resumem em apertar botões e alavancas em uma sequência especifica. A variação é tão pouca que o mesmo puzzle que se vê na primeira fase, reaparece na segunda.
Entre as missões ou em partes importantes, a Farm 51 achou uma boa ideia colocarem cutscenes. Na verdade, não foi. Tanto a atuação dos personagens, como a animação da cena em si é triste. Se lembram daqueles jogos de início da geração, onde as desenvolvedoras ainda não possuíam todas as ferramentas para criarem cenas realmente boas? É mais ou menos por aí, só que estamos em 2013.
Se isso não bastasse, ainda temos os terríveis glitches e bugs. Deadfall Adventures é como se recriassem todos os bugs que víamos no final da década de 90, início de 2000 e aplicassem a um jogo. O personagem se prende em pedras aleatórias, as vezes portas não abrem, a AI inimiga é triste e por aí vai.
Acho que em pelo menos seis ou sete ocasiões tive de reiniciar a fase por problemas descritos acima. Não foi divertido pra mim e com certeza não será divertido para você.
Como todo santo jogo nessa geração, Deadfall Adventures também adiciona o modo multiplayer. Adivinha? Ninguém joga.
Ele conta com os tradicionais modos de Team Deathmatch, capture a bandeira e um modo horda. Eu cheguei a testar duas ou três partidas apenas, então não tenho uma base para lhe dizer se é bom ou é ruim.
Por fim, tecnicalidades. Por ser Unreal Engine 3, é bem provável que Deadfall Adventures rode em uma grande parte dos PCs que tenham uma placa de vídeo relativamente boa.
Ao contrário de Painkiller, Deadfall está muito mais otimizado, além de contar com mais opções para configurar de acordo com o seu gosto. Se deixarmos de lado os glitches durante as fazes, Deadfall Adventures rodou relativamente suave em meu computador, sem algum crash ou dores de cabeças adicionais.
Deadfall Adventures, pelo preço que é vendido no momento não vale a pena. Apesar dos bugs, ele diverte, mesmo que por apenas algumas horas. Se você planeja compra-lo, o melhor a se fazer é esperar uma Steam sale.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela Focus Home Interactive