Praticamente havia riscado Mordheim: City of the Damned da minha lista de jogos de estratégia por turnos devido a enormidade de problemas, lentidão de carregamento e bugs. Agora com o lançamento do DLC Witch Hunters, decidi dar uma segunda chance e como fiquei feliz com isso. O jogo base está disponível no Steam por R$ 99,99 e o DLC por R$ 24,99.
O jogo é Baseado superficialmente no mesmo game de tabuleiro desenvolvido pela Games Workshop, onde um meteorito atingiu a cidade de Mordheim e espalhou um misterioso recurso chamado wyrdstone. Esta pedra tão rara trouxe Warbands (companhias de mercenários espalhadas por todo o império de Sigmar) para obtê-las e vendê-las a contrabandistas. Como praticamente qualquer coisa que é ambientado em Warhammer, tudo está um caos, morte é como uma vizinha que vem bater a sua porta a cada cinco minutos e decepção é algo que tem de lidar diariamente.
É difícil não traçar certas comparações com X-COM, que pode ser considerado por uns como o “pai” dos jogos de estratégia /táticas frustrantes. Você contrata uma guilda de mercenários, os especializa em certos atributos e os leva para o campo de batalha.
Boa parte das missões envolvem obter Wyrdstones para contrabandistas ou destruir outra guilda de mercenários. Apesar que não há grande variedade de missões, a intensidade de cada uma delas torna-se quase uma batalha de vida ou morte.
Quando lançado, Mordheim: City of the Damned sofria de sérios problemas de desempenho, com tempos de carregamento absurdamente longos para apenas uma missão e uma inteligência artificial no mínimo duvidosa.
O sistema de combate se estabelece de forma que a partir do momento que você entra em um engajamento com o inimigo, não há como sair dele sem dar uma oportunidade extra de ataque. Na teoria isso funcionava muito bem. Na prática, não muito. Anteriormente as unidades eram posicionadas espaçadas demais, o que tornava defende-las contra avanços inimigos consideravelmente mais difíceis.
Após as inúmeras atualizações pós-lançamento, os tempos de carregamento não só melhoraram consideravelmente — reduzidos de 1 minuto para no máximo 20 segundos de acordo com a missão — como a própria IA agora é mais cautelosa no avanço. Existe um período de alívio para posicionar as unidades, verificar o mapa, as melhores rotas de avanço e fuga.
Isto não altera, porém, a gigantesca curva de aprendizado de Mordheim: City of the Damned. Os turnos entre personagens ainda são consideravelmente longos, descobrir a melhor combinação entre equipamentos, bônus e experiência é se aprofundar em inúmeros guias espalhados pela internet ou pelos fóruns do game até ter uma composição perfeita.
Você irá se frustrar, perder as primeiras missões, querer quebrar a mesa e xingar todos os deuses do universo Warhammer. É o esperado, não se preocupe. Com algumas — ou muitas— horas de jogo você entende que as mecânicas são boas. Isto é, se não desistir na metade graças ao tutorial mediano, um mapa que não colabora com a melhor rota para o objetivo e a quantidade de golpes errados que você dá no inimigo.
De forma geral, apesar dos problemas, Mordheim: City of the Damned se tornou um jogo muito melhor do que no seu lançamento. Mais polido, dinâmico e divertido para aqueles que tem a devida paciência para aprendê-lo.
Mas o importante neste momento não são apenas as diferenças das atualizações, mas também a adição dos Witch Hunters, um dos Warbands mais interessantes e ao mesmo tempo complexos para quem não está acostumado com o game.
Grande parte de suas unidades começam consideravelmente fracas em comparação com as Sisters of Sigmar, o Cult of the Possessed, Skaven, e os Mercenaries from the Empire. As unidades possuem pouca proteção contra-ataques de longo ou curto alcance e começar uma campanha com eles para quem é inexperiente é assinar uma carta de suicídio.
Eu mesmo, que tenho certa experiência em Mordheim: City of the Damned , penei até aprender algumas das mecânicas e como fazer melhor proveito das habilidades de batalha. Porém, a partir do momento que todas as peças se encaixara, que facção maravilhosa de ser jogada.
Poderes de cura ajudam — e muito — em partidas avançadas contra o Cult of the Possessed e suas formidáveis magias de dano em área e maldições. As Sisters of Sigmar começam a se tornar um problema menor a longo prazo e os Skaven viram picadinho em questão de minutos. Isto é, se você souber posicionar as suas unidades.
Quanto mais evoluía meus personagens, seja ao comprar novos equipamentos no mercado ou pelo sistema de Veterancy — que adiciona bônus permanentes aos soldados — mais eu gostava dos Witch Hunters. Por parte da minha experiência ser limitada ao modo campanha, senti que a facção era uma das mais desafiadores e ao mesmo tempo balanceadas. Nenhum avanço desenfreado não é punido devidamente e nenhuma tentativa de controlar o mapa resulta em um saldo positivo.
Mordheim: City of the Damned é um daqueles games que eu queria ter recomendado no lançamento, mas simplesmente não era capaz de. A curva de aprendizado ainda é dolorosa para quem não está acostumado, mas hoje em dia é extremamente prazeroso de jogá-lo.
Para quem quer voltar, os Witch Hunters não são apenas uma ótima adição, incluem uma nova camada de estratégias de curto e longo prazo que devem ser estudadas a fundo para tirar o melhor proveito. É uma recriação perfeita do jogo de tabuleiro da Games Workshop? Não, e este nunca foi o intuito para começo de conversa. Mas a esta altura, é um senhor jogo para quem quer um pouco de tática na sua vida.
Só por favor, tente não se prender muito aos seus personagens, ok? Eles irão morrer, bastante.
A análise foi feita com base em uma cópia para PC fornecida pela Focus Home Interactive
Mordheim: City of the Damned - Witch Hunters
Total - 8.5
8.5
Apesar de mediano durante seu lançamento em 2015, Mordheim – City of The Damned melhorou consideravelmente com atualizações e finalmente se tornou um bom jogo para quem gosta de táticas e Warhammer. Já para os veteranos, os Witch Hunters são uma formidável adição que irão alterar a maneira de posicionar as unidades e usá-las em campo.