Lançado originalmente para smartphones, Knights of Pen & Paper II passou longe do meu radar de jogos interessantes. Com o lançamento da versão PC, disponível no Steam por R$ 19,99, percebi o erro que fiz em ignorá-lo.
Você começa a história criando os personagens de sua party. Para um jogo com uma premissa simples, o sistema de criação mostra uma complexidade inesperada. Uma variada quantidade de classes, que vão do tradicional arqueiro / soldado até Hackers ou raças como Nerds de Laboratório. Eles possuem tudo o que se espera de um RPG tradicional, slots para itens, armaduras, armas e objetos que aumentam o dano ou a defesa. As informações essenciais ficam dispostas na tela de uma maneira simples e rápidas de serem acessadas.
Criado os dois personagens iniciais, o jogo te transporta para um vilarejo, onde o objetivo será matar uma dezena de ratoeiras. Sim, ratoeiras, pois os ratos são a atração da cidade e o vilão quer acabar com a única fonte de renda dos habitantes.
Iniciado o combate contra as ratoeiras, a ordem de ataque é estabelecida de acordo com a iniciativa de cada personagem ou inimigo. Um inimigo com 4 de iniciativa será o primeiro a atacar e o com 1 de iniciativa, o último. Simples e sem enrolação. Nada de se preocupar com milhares de cálculos para saber as chances de acertar. Decida quem atacar, role o dado e derrote o inimigo.
Após completar a sequência inicial, Knights of Pen & Paper II mostra o mapa central, onde a equipe viajará para encontrar novos personagens e completar quests. A história não se leva a sério e nem você deve leva-la. É uma grande piada com RPGs de mesa com a ajuda de personagens carismáticos, muitas referências a cultura pop e quests para lá de estranhas. O clima de descontração se mantém por boa parte do jogo, apesar de forçar a barra com algumas piadas sem graça.
Todos os sistemas de jogo são revelados lentamente ao longo das primeiras horas de jogo, como lojas, a taverna – usada para recrutar personagens – e o sistema de criação de itens. Enquanto o combate continua divertido por boa parte do game, ele também não evolui tanto quanto gostaria. Novos inimigos aparecem com algumas habilidades especiais, mas basta uma ou outra batalha que você já aprenderá como derrota-los sem problema. Com exceção de três ou quatro batalhas, terminar Knights of Pen & Paper II foi fácil.
Ainda que o combate não tenha o brilho que esperava, é ferramenta essencial para uma das minhas funcionalidades preferidas, a personalização de ambiente. Ainda que o cenário mude para passar a ideia de que você está imaginando o cenário, você continua em uma sala de um apartamento e ela pode ganhar o seu toque pessoal. Não apenas ajuda para mostra o progresso que fez na história, mas também oferece bônus passivos no combate, como por exemplo um fliperama que ao ser colocado na sala oferecerá mais danos a um certo tipo de inimigo.
Uma pena que para obtê-los é preciso uma quantia enorme de gold, obtido ao completar quests ou vencer batalhas. Não joguei a versão mobile tanto de Knights of Paper II como do antecessor, portanto não sei dizer o quão agressivo era esse “grind” antes. Ainda é preciso umas boas horas para habilitar tudo, tendo em vista que ganha míseras quatro a dez moedas por combate e uma mesa especial custa 200.
Knights of Pen & Paper II ganha minha atenção pela parte estética, não só a interface que é bem trabalhada como as animações de ataque, que recebem uma atenção especial, e os inimigos conseguem fugir do genérico.
Após fechar o jogo por alguns minutos, no fundo da minha mente eu sempre pensava: “deveria jogar mais um pouco” mesmo que fosse para ouvir a simpática trilha sonora ou ver até que onde a história ou as sidequests iam me levar.
É um pequeno e divertido jogo que faz uma singela homenagem aos momentos que gastamos nos D&Ds, GURPs e outros RPGs de mesa e todas as situações que já aconteceram. Ainda que fácil demais, é uma companhia perfeita para algumas horas de diversão e boas risadas.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela Paradox