Cinco anos, cinco longos anos. Esse foi o tempo que me distanciei de jogos rítmicos para me focar em outros gêneros. Depois de todo esse hiato, Hatsune Miku: Project Mirai DX me lembrou o quão divertido são. Ele está disponível para Nintendo 3DS a US$ 39,90.
Confesso que não sou um grande conhecedor do mundo de Hatsune Miku e a explosão de vocaloids que aconteceu no Japão nos últimos anos. Apesar de ter jogado o primeiro Project Diva para PSP, sequer conhecia os novos amigos da “protagonista” em Project Mirai DX.
A estrutura é similar a outros games rítmicos. Complete músicas, receba uma nota baseada na quantidade de acertos / erros e libere novas músicas. Mirai DX oferece dois modos de jogo, Touch e buttons. O primeiro faz uso de dois botões posicionados na tela inferior e a caneta do 3DS para tocar as músicas. Por mais que me esforcei em gostar do modo Touch, o tempo de resposta da tela inferior do Nintendo 3DS não era o suficiente para divertir. É um modo que não depende apenas de habilidade, como também da boa vontade da tela para registrar dois toques rápidos. Era um problema que acontecia em Ouendan no Nintendo DS e volta a acontecer em Mirai DX.
Ele usa o mesmo sistema de jogos como Dj Max ou até mesmo Project Diva. Onde uma nota errada não significa falha, mas uma nota que vai de “Safe” até “Cool”. Um dos sistemas que facilita muito para quem é novato, mas ao mesmo tempo não incentiva o suficiente para que ele melhore. Jogos rítmicos requerem dedicação, atenção, foco para que você tire uma nota máxima.
Do enorme repertório que Project Mirai DX oferece, não falhei em nenhuma música, nem se eu tentasse propositalmente. Não existem sistemas visíveis que incentivem de maneira eficaz a habilidade do jogador. Algumas músicas estavam bloqueadas, bastava completar outra para que fosse liberada. Poderia terminar o jogo em questão de horas, todavia faria um desserviço a quantidade assustadora de conteúdo adicional que ele oferece.
Felizmente, ele é muito mais que um mero jogo de música com uma fina camada de personalização de personagem por cima. O melhor exemplo disso é o Dance Studio, onde você pode criar coreografias com os principais personagens e usá-las ao invés dos clipes oficiais. A complexidade do sistema impressiona, de movimentos pré-definidos por meio de botões a uma área de edição que o ajuda a sincronizar os passos com as batidas.
A personalização também busca novas maneiras de prender o jogador para mais horas de jogo. Não apenas escolher uma roupa diferente para Hatsune Miku ou um dos coadjuvantes, como também a sala, visível no menu principal. Para isso é usado os Mirai Points, obtidos em partes específicas da música. Obtê-los não é uma tarefa difícil, mas o preço de alguns objetos é tão absurdo que não conseguia imaginar a dor que seria ter de repetir as músicas mais eficazes para pegar tais pontos a troco de quase nada.
Para um jogo de 3DS, a qualidade dos modelos, cenários e trilha sonora impressiona. A taxa de quadros não tem muita influência na jogabilidade, porém se mantém aceitável nos clipes. Mas os modelos, estes sim foram um show à parte. Novamente, meu conhecimento na cultura japonesa é limitado, mas a Chibi Art usada em Hatsune Miku Project Mikai DX é agradável aos olhos. Poderia até dizer que um tanto quanto simpática.
No final do dia, Hatsune Miku: Project Mirai DX me lembrou o quão me divirto com eles, mas não reacendeu aquela vontade que tinha de jogá-los constantemente. É um pacote completo como qualquer fã do gênero poderia esperar, em partes um pouco tolerante demais a erros, mas compensa o defeito pela quantidade impressionante de conteúdo adicional. Para quem é novato, não posso deixar de recomendar.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela SEGA