Passei alguns minutos olhando com certa descrença a tela de Hatsune Miku: Project Diva X , o novo game da Vocaloid disponível para PlayStation 4 e VITA a partir de R$141,00 Antes de começar a propriamente joga. Não por sua beleza ou qualquer coisa, apenas tentei entender onde eu me enfiei para escrever sobre ele.
A franquia Hatsune Miku começou por volta de 2009, até então para mim apenas um jogo rítmico onde algumas músicas eram divertidas, outras medianas, mas sempre era capaz de me contagiar e me fazer buscar a melhor pontuação. Project Diva X, por outro lado, dá uma maior ênfase na história.
Project Diva começa com a protagonista explicando sobre as cinco nuvens de auras, cada uma representando um estilo rítmico ou uma estética. Cada uma dessas nuvens perdeu sua energia e deve ser reenergizada da maneira que você já presume, com dança, música e….fantasias.
Eu juro que eu tentei prestar atenção na história e no que Miku falava nos intervalos entre as músicas, mas meu cérebro possivelmente se desligou e não consigo me lembrar de boa parte dela. No geral ela me parabenizava por ter completado um objetivo, um dos seus amigos aparecia — quem eu também não tinha ideia de quem era — e um novo grupo de estágios era liberado.
Cada música tem uma missão a ser cumprida ou uma voltagem a ser atingida. Voltagem é como um elemento secundário que é aumentado quando você veste Miku com uma roupa adicional. “Ok, isto está começando a ficar ridículo”, pensei enquanto via a personagem com orelhas de cachorro. Reação talvez ocorrida devido a jogar (enquanto escrevia essa análise) um jogo completamente fora do espectro de Hatsune Miku, mais realista e sério.
Mas ei, eu não posso reclamar pois Project Diva X inclui uma roupa — aqui chamada de módulo— de Midukayo, também conhecida como a melhor representação de Hatsune Miku (não vamos discutir sobre o assunto, ok?).
Mas a dependência que o jogo tem desses módulos, apesar de relativamente fácil de obtê-los já que todas as músicas do modo história só podem ser jogadas na dificuldade normal, chegou a um ponto de me irritar. Hora não conseguia completar o objetivo da música pois Miku ou um dos amigos dela não estava com a vestimenta correta e eu sinceramente não queria me preocupar com os bônus disso, apenas das músicas.
Depois de ser atormentado o suficiente para completar todas as cinco auras e habilitar todas as músicas, fui apresentado a uma anêmica seleção de 33 músicas. Boa para quem nunca jogou um jogo da franquia dado a variedade de ritmos, concertos e medleys, mas decepcionante em comparação a Project Diva F2 e sua lista monstruosa.
Foi quando Project Diva X começou a cair no meu conceito, além de liberar as músicas e jogá-las no modo freeplay, havia pouco a ser feito no jogo a não ser habilitar novas roupas, acessórios ou aumentar o nível de amizade entre o meu personagem, Miku e seus amigos. Ainda me questiono porque eu gastaria tantas horas para liberar um módulo ou um presente para tão pouco retorno.
Eu não ligo para uma cinemática que mostra Miku feliz por ter ganhado um presente. Deveria me sentir ligado a personagem? Contente? Levemente confuso nesta parte, pois se fosse para gastar tempo para comprar um presente eu prefiro trabalhar e comprar uma camisa nova.
Eu entendo a atração por novos acessórios e uma meia dúzia de itens cosméticos em todo tipo de jogo, mas não me trazem o menor incentivo para continuar a jogar qualquer jogo rítmico. Ao menos nos antecessores isto era limitado a algo opcional, limitado apenas a aqueles que quisessem gastar as moedas obtidas ao completar as músicas.
Realizei mais algumas tentativas de obter módulos adicionais e objetivos, mas minha mente estava mais focada em voltar ao modo freeplay e tentar a minha melhor pontuação nas dificuldades hard e extreme. Quando vi a lista de músicas, sinceramente cogitei que este seria mais um “jogo de entrada” da série no quesito dificuldade e não podia estar mais enganado.
As versões Hard e Extreme das músicas variavam entre “está tudo bem, eu consigo” e “eu não acredito que estou prestes a jogar o meu controle na parede por causa de um jogo da Hatsune Miku”. Para alguém formado no masoquismo de Dj Max e que quase enlouqueceu para completar todas as músicas que havia comprado em Rock Band, a dificuldade estava no ponto certo.
O esforço da SEGA em trazer Project Diva X para o ocidente é louvável dado a escassez de games do gênero na atual geração de consoles, mas é definitivamente um jogo não muito adequado para o meu estilo.
Para quem gosta de liberar roupas, gastar o tempo com objetivos aleatórios ou é iniciante em Project Diva X (e não quer sofrer com as versões Hard e Extreme das músicas), é um excelente ponto de partida. Por ora eu prefiro esperar e torcer para que Future Tone — um pacote completo com mais de 200 músicas de Hatsune Miku — seja lançado no ocidente para saciar minha vontade de me irritar e bater minha própria pontuação em jogos rítmicos.
Hatsune Miku: Project Diva X
Total - 7.5
7.5
Com uma estrutura consideravelmente diferente do resto da franquia, Project Diva X é um bom ponto de entrada para os recém-chegados no universo de Hatsune Miku. Mas, aqueles que preferem por uma jogabilidade mais direta e menos tempo em busca de novas roupas ou acessórios terão poucos motivos para continuar a jogá-lo.