Estou dirigindo meu carro pela noite. Sou surpreso por uma manada de zumbis que me seguem incessantemente e sou morto. Ao reviver, me encontro numa torre. O carro? A alguns quilômetros de distância. Agora sou obrigado a escolher entre andar até o carro ou base mais próxima, ou ir a pé para o meu objetivo. E assim era mais um de meus frustrantes momentos em Dying Light: The Following, a expansão para Dying Light. Ela é gratuita para donos do passe de temporada, está disponível no Steam por R$ 45,00 ou na versão Enhanced Edition por R$129,99.
Ela conta a história de Kyle Crane, mesmo personagem do jogo original, que tenta buscar em outra parte da ilha de Harran a cura para o vírus que assola seus companheiros, e encontra agora uma religião que supostamente é imune as mordidas de zumbis. Ambos os jogos contam com combate em primeira pessoa, além da utilização do parkour como uma maneira de tornar a movimentação mais dinâmica.
Antes de qualquer coisa, deixo claro, eu adorei Dying Light. A combinação da movimentação do personagem e sua interação com os obstáculos, que lembra muito Mirror’s Edge, um dos meus jogos favoritos, com o sempre satisfatório ato de matar zumbis, neste jogo com os mais diferentes tipos de armas tornou o jogo muito legal, e é algo que deveria ser tomado como inspiração por futuros jogos do gênero.
Entretanto, como já é de conhecimento, o jogo lá tinha seus problemas. O sistema de habilidades era limitado, deixava certas habilidades consideradas padrão em outros jogos do gênero, como o ato de rolar, algo a ser desbloqueado. Devido a isso, o seu personagem era fraco, e até o final do jogo, se tornava poderoso demais para a dificuldade do jogo.
Já em Dying Light: The Following , alguns deles foram corrigidos. O seu carro, adquirido no início da expansão, é uma nova arvore de habilidades ara o jogador. Essa, que aumenta de forma natural, não deixando o carro ou muito fraco ou muito forte com habilidades relevantes e que não parecem preencher buraco. Por exemplo, existem habilidades que aumentam a resistência ou diminuem o consumo de gasolina, que apesar de ajudarem bastante, não fazem falta no início do jogo.
Além disso, o Dying Light: The Following veio junto da Enhanced Edition, lançada tanto nos consoles quanto no PC. Na minha experiência com a versão de PC, só tenho elogios a dar as melhorias. O jogo roda agora muito melhor do que antes, no qual apesar das minhas peças serem boas, era necessário diminuir certas configurações. Nesta versão, não houve essa necessidade, e pude usufruir das configurações máximas do jogo, menos HBAO+, que ainda era pesado.
Apesar dessas melhorias, o jogo também sofre de decisões ruins, e o fato da expansão ter uma região maior foi um erro. Pois bem, apesar do carro ser divertido de dirigir, a topografia do mapa não ajuda, tornando as viagens para cada quest algo chato e demorado.
Diversas vezes durante o jogo, após morrer, me encontrei em situações onde o carro ficava exatamente onde morri, mas muito longe do checkpoint escolhido pelo jogo, sendo obrigado a encontrar uma base e recolher o carro, ou simplesmente ir a pé. A frequência foi tanta que eu acabei descobrindo que ao voltar ao menu inicial e carregando o jogo de novo, eu era teletransportado para outra casa segura, na maioria das vezes, mais próxima ao meu ponto de interesse.
Além disso, agora side quests se tornam obrigatórias para progressão do jogo, pois na história da expansão, muitos desconfiam de Kyle, que deve trabalhar para ganhar a confiança dos moradores do local e da religião que ali existe. Para alguns, isso pode não ser problema, mas prefiro ter a opção de fazer essas quests ao meu tempo, e quando eu quiser.
Consideravelmente diferente do jogo original, Dying Light: The Following é capaz de contar uma história interessante que, apesar de prejudicada pelas “sidequests” obrigatórias, gera curiosidade. Com um final corajoso, que me remete a Spec Ops: The Line, é recomendável apenas para quem é muito fã do game original e quer matar ainda mais zumbis.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela Techland