Pense em Cities: Skylines como uma balança perfeitamente alinhada, meticulosamente planejada e ajustada para que nada saia errado. Agora jogue uma pedra gigante em cima dela. Isso é mais ou menos o que Cities: Skylines – Snowfall , a mais nova expansão do construtor de cidades da Colossal Order, faz. Ele está disponível no Steam e Nuuvem por R$ 25,99.
Um ano atrás, quando escrevi pela primeira vez sobre Cities: Skylines, comentei sobre o quão relativamente simples era de atingir uma cidade sustentável e que gerasse lucro. Por mais que o trânsito estivesse ruim, havia uma certa tranquilidade em saber que todos os outros serviços funcionavam de maneira correta. Agora em Snowfall isso termina de maneira abrupta, principalmente para aqueles que estão na metade do ciclo de vida de uma cidade.
Como o próprio nome implica, a grande novidade da expansão é a adição de efeitos climáticos. Donos da expansão receberão três mapas temáticos de neve enquanto aqueles que não comprarem a expansão receberão efeitos como chuva e névoa. Você pode conferir lista completa de mudanças da atualização 1.3.0 aqui.
Talvez um dos maiores, se não o maior, problema de Cities: Skylines – Snowfall é justamente prender o jogador a um mapa onde só há neve. A mudança na dinâmica é grande ao ponto que me deu vontade de ver como as minhas cidades lidariam com a neve. Ver que era impossível foi uma pequena decepção.
Com uma nova cidade em mãos, minhas habilidades como prefeito — que são terríveis por sinal — foram colocadas a prova a cada minuto. Nos mapas temáticos de neve o clima muda repentinamente, uma noite pode estar 0ºc e na próxima -40ºc. As ruas ficam entupidas de neve, prejudicando o trânsito e um simpático caminhão é utilizado para limpá-las de tempo em tempo.
Trânsito é a minha eterna dor de cabeça em Cities: Skylines. Não importa o que eu faça, não consigo remover gargalos ou locais onde o tráfego vira basicamente um pequeno inferno. Nos piores momentos de meu mandato como prefeito, as ruas estavam com o tráfego lento, entupidas de neve e ainda tinha de aguentar o passarinho Chirpy — que agora recebeu chapéus temáticos — com avisos de que a população estava descontente. Ora, por favor, coloca um casaco, dá um jeito aí, estou ocupado.
A Colossal Order te dá todas as ferramentas para lidar com esses problemas de maneira, até certo momento, eficaz. Políticas de distrito permitem a instalação de isolamento de casas, construções específicas ampliam o fornecimento de aquecimento para os edifícios e canos de água podem e devem ser trocados para oferecer aquecimento.
Mas, como tudo em Cities: Skylines é como um dominó, no momento que um dos serviços falha, todos os outros falham. Na minha pequena cidade com humildes 10 mil habitantes, tudo corria bem, o aquecimento das casas era ótimo. Bem, até perceber que minha usina eólica parou de dar conta do abastecimento de energia. Sem energia, sem aquecimento, simples.
Não havia me preocupado com uma possível diminuição do abastecimento, o dinheiro estava curto demais para aumentar a taxa de consumo. Esse foi o triste fim da minha primeira cidade.
Na medida em que jogava Cities: Skylines – Snowfall, percebia que meu planejamento estava muito mais meticuloso do que antes. Não existe mais aquela coisa do “vou colocar de um jeito e depois eu conserto se for necessário”, tudo tem de ser melhor planejado, a lucratividade da cidade está mais baixa, o custo de troca do sistema de água é altíssimo. Era justamente isso que eu esperava de Cities: Skylines desde o começo, de poder sentar, planejar, rabiscar no papel, visualizar a minha cidade antes de trazê-la a vida.
Como toda boa expansão, além das novidades nas mecânicas, Cities: Skylines – Snowfall adiciona algumas novas construções, que vão de parques de inverno a pistas de patinação na neve. Além disso há um sistema de bonde, que funciona como qualquer outro transporte público, coloque as linhas e veja seus passageiros felizes (ou tristes se o negócio não funcionar e a linha for mal planejada).
Cities: Skylines – Snowfall trouxe desafio, desafio que me agrada. Trouxe um sistema climático que apesar de não ser como eu imaginei, estou feliz com ele no momento. Não irá mudar radicalmente a sua opinião ou seu estilo de jogo, porém tornará mais cauteloso quanto as suas decisões. Uma boa expansão para quem já é fã do game.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela Paradox