Em uma geração repleta por DLCs que adicionam meia dúzia de itens por um preço exorbitante, Age of Wonders III: Eternal Lords lembra das expansões do passado, vendidas em caixas a um preço que condizia com a qualidade do conteúdo. Novamente a Triumph consegue oferecer isso e não poderia ficar mais feliz com isso. Ela está a venda no Steam por R$ 39,99.
O grande atrativo de Age of Wonders III: Eternal Lords é a adição de duas novas raças, Frostlings e Tigran. Os Tigrans, baseados em felinos, são uma raça que ganham bônus em climas áridos, enquanto os Frostlings, o gelo. Jogar com tais raças não será tarefa fácil. As penalidades que Age of Wonders III: Eternal Lords dá ao jogador a partir do momento que ele não está no terreno apreciado pela raça podem causar sérios problemas durante as batalhas. A moral das unidades é reduzida, que causa problemas na hora de acertar golpes no combate e sofrem um dano maior de certos ataques.
Isso foi um belo teste de paciência, cada movimentação tinha de ser calculada, entrar em combates fora da zona onde as unidades não se sentiam “confortáveis” poderia resultar em uma derrota com maior facilidade. A Triumph Studios me tirou de uma “zona de conforto”, apresentou novas maneiras de ver os problemas e resolvê-los.
Um exemplo disso foi quando tentei atacar algumas unidades de fogo em um terreno árido, que não favorece em nada os Frostlings. Outras raças lidariam com essa situação de uma maneira relativamente tranquila. Poderia sofrer um pouco para ganhar a batalha, mas nada que não tivesse passado anteriormente. Dessa vez? Foi um desastre.
A moral das minhas unidades estava baixíssima, os ataques não surtiam o efeito que eu desejava, miss ocorria mais do que eu esperava. Não precisou de muitos turnos para notar que aquilo foi uma terrível ideia. Perdi tanto o exército como o herói no combate, o que atrasou a expansão do território por uns bons turnos.
A nova campanha de Eternal Lords te coloca no controle de um necromancer com sede de poder em sua busca por conquista de terra. Novamente o modo continua a ser o mais fraco do game. A história tem dificuldades em cativar, assim como é uma maneira limitada de ver o que a expansão tem a oferecer. Jogos em 4X são melhor aproveitados com cenários criados pelo jogador, como em Civilization, por exemplo. Principalmente Age of Wonders III, que oferece ferramentas tão boas para você criar a sua própria história, ficam presas a algo “linear” na campanha.
As raças são apenas uma fração de todo o conteúdo de Age of Wonders III: Eternal Lords. A classe Necromancer adiciona novas habilidades, unidades, mecânicas e muito mais. Durante o combate as unidades Undead ou ‘Ghoul’ não podem ser curadas de maneiras tradicionais, a não ser por habilidades do Necromancer ou ao se alimentarem de corpos dos inimigos. Só isso já adiciona uma camada extra de mecânicas que você tem de se preocupar, principalmente ao tentar invadir cidades.
Como se já não bastasse isso tudo, Eternal Lords oferece novas condições de vitórias. Uma delas é a vitória unificada. Para isso foi adicionado com a atualização 1.5 na qual possui um sistema de relacionamento entre as raças separados por níveis.
Ações benéficas ou maléficas que você executará com uma raça específica irá afetar diretamente o relacionamento com ela. Quanto maior for a sua relação positiva, mais aumentará o nível de Race Governance. A partir do nível três você poderá construir Unifier Beacons, edificações caras que contam para a vitória Unifier. Após um jogador atingir certa quantidade de Beacons construídos, vencerá a partida. O número pode ser ajustado de dois a dezesseis.
Fico feliz em saber que agora terei de pensar em como vou lidar com uma situação, uma disputa, uma quest de uma raça diferente da que escolhi. Uma nova condição de vitória é um passo muito importante para que Age of Wonders III comece a se tornar interessante para outros tipos de jogadores, já que o foco nas relações diplomáticas nunca foi o seu forte. Ainda deixa a desejar, mas é um passo na direção certa para aqueles que não querem tanta “guerra”.
O meu problema não se limita a Age of Wonders III, mas sim o gênero de maneira geral, são poucos os jogos que oferecem bons sistemas para se gerir a diplomacia entre diferentes raças / facções. Boa parte fica apenas no “faça isso que o retorno será isso”, sem oferecer um bom motivo para o jogador fazer isso.
Por fim, o patch 1.5, lançado junto com Age of Wonders III: Eternal Lords continua com o re-balanceamento de várias unidades do jogo, algo que tem ocorrido desde o patch 1.3 de Golden Realms. No lançamento, as partidas se resumiam em correr, construir as unidades Tier IV (mais avançadas) e consequentemente criar exércitos gigantes. Agora isso não foi só diminuído, como as unidades iniciais estão mais úteis.
Além disso, você pode agora vender itens dos heróis, os mapas gerados aleatoriamente estão mais interessante de se explorar. Não só isso como as raças iniciais, como os anões, receberam melhorias nas unidades, adição de habilidades e refinamento de outras. Outros jogos colocariam isso em uma expansão, em Age of Wonders III? Uma atualização gratuita.
Age of Wonders III: Eternal Lords adiciona uma tremenda quantidade de conteúdo por um preço acessível. Com mais de 30 horas de jogo ainda tenho muito a explorar nessa expansão. Se você gostou de Age of Wonders III, não pense duas vezes antes de comprar Age of Wonders III: Eternal Lords.
A análise foi feita com base em uma cópia enviada pela Triumph Studios