Nos últimos 10 anos, o meu primeiro artigo do ano no Hu3BR foi uma retrospectiva. Desses 10, os últimos 3 eu comentei sobre questões de burnout. Quem imaginaria que ela, cedo ou tarde, ia chegar? A reta final de 2023 para 2024 foi dolorosa, exaustiva e quase custou a minha saúde – tanto física quanto mental. Por isso, vou fazer algumas coisas diferentes por aqui.
Dizer que a pandemia me afetou profundamente seria pouco. 3 anos desde que o mundo virou de cabeça para baixo e eu ainda tenho sequelas da minha (única) vez que peguei COVID-19. O ano passado foi o que me trouxe mais desafios em um âmbito pessoal. Meu emocional foi para o ralo, minha preocupação com prazos e mais prazos criados por mim mesmo criou situações de ansiedade desnecessárias e outros temas – que opto por não comentar por aqui – causaram um rombo nas minhas finanças. Tanto que em dezembro foi a primeira vez que vim a público pedir ajuda financeira para o site, e eu agradeço muito aqueles que contribuíram.
Para os leitores afincos, não o Hu3BR não vai a lugar algum. Mantenho o meu compromisso com o site em postagem de notícias diárias, críticas, primeiras impressões e artigos – tanto que eu já posso adiantar que a nossa lista de “Melhores de 2023” vai ao ar em 8 de janeiro. O que vai mudar são o “ritmo” e o “tema” de certas postagens.
Com o propósito de diminuir um pouco a “carga” mental, vou tentar limitar a quantidade de análises para 4 análises por mês. Ainda é um número considerável lembrando que eu sou praticamente uma equipe de uma pessoa só, com o Roberto atuando como revisor das matérias.
Análises levam tempo, ainda mais quando eu quero fazê-las de forma decente. A crítica de Total War: Pharaoh, um jogo que nem tomou muito do meu tempo, envolveu jogar todos os jogos anteriores da franquia para comparações no sistema de combate em tempo real e também traçar paralelos com outras tentativas da Creative Assembly. A carga total de horas passou muito de 100h. Nesse tempo eu poderia ter terminado Baldur’s Gate 3, mas optei por me dedicar a publicar a melhor matéria possível sobre o jogo e o período.
Então, não, a qualidade das críticas não vai mudar. Eu vou continuar indo além do necessário por detalhes minúsculos pois é assim que eu funciono, é assim que o meu cérebro funciona e eu não tenho como alterar o funcionamento dele.
O que vai aumentar – ou melhor, retornar – são artigos focados em jogos menores, mods e uma “lista” de recomendação a cada dois meses.
Ano passado quase 14 mil jogos foram lançados no Steam. Não existe empresa no mundo capaz de dar conta de uma onda tão grande de jogos. Se o Hu3BR tivesse 100 funcionários, esses 100 funcionários estariam com burnout.
A minha proposta é relativamente simples: Jogos menores ganharão um destaque por algo que eles fazem de especial. Um excelente exemplo desse tipo de matéria foi o meu artigo sobre o Super Woden GP II. Além do que, tais artigos me dão mais flexibilidade para abordar temas que vão além de jogos de estratégia. Afinal, quem pensa que eu só jogo estratégia nunca viu a minha biblioteca do Steam que tem de Visual Novel, Adventure, jogos de ação e até aqueles que você tem que encontrar os objetos no cenário (eu sou obcecado por eles).
Outro ponto que eu senti muita falta em 2023 foi falar sobre mods – sejam eles pequenas alterações até conversões gigantescas. A meu ver, mods são uma das fundações da preservação de jogos. Quantos aqui sabem que um jogo como “Sudden Strike 1” ainda recebe mapas? Ou que “Mount & Blade: Warband” ainda tem mods em desenvolvimento que dão um banho na sequência? Até “Command & Conquer: Generals” está com pelo menos dois mods previstos para esse ano.
O tamanho dos artigos vai, obviamente, alterar de acordo com o escopo do mod. Pode ser que em janeiro em me foque em “Doom”, em fevereiro em listar mods para “Age of Wonders 4” e depois vá para um campo completamente diferente.
O meu intuito é fazer com que vocês tenham mais opções não só com os jogos que vocês possuem na biblioteca de vocês, mas ver que mods não morreram e foram “trocados” por dezenas de jogos indies. Ambas as áreas estão muito saudáveis em termos de lançamentos que eu poderia parar de cobrir novos jogos hoje e ainda teria matéria para pelo menos três anos.
Por fim, as “listas de recomendações”. Eu pessoalmente detesto fazer listas, tanto que as chamava de “O que estamos jogando”. Ainda não decidi um nome específico para a nova coluna, rascunhei alguns, mas nenhum me agradou. Porém, com a onda de lançamentos que disse acima, eu não vou ter capacidade para cobrir todos eles em uma análise profunda. Este é o melhor meio termo que eu encontrei.
Podem esperar que eu, no mínimo, tenha jogado o suficiente para oferecer um comentário conciso sobre o que o faz ser um destaque. Vão ser 10 jogos a cada dois meses. Nada mais dessas listas mensais que eu tentei fazer e abandonei por exaustão.
Eu pensei em outras maneiras de expandir o site, talvez com vídeos, talvez com transmissões no Twitch. Por mais que eu tenha interesse pessoal, eu só estaria gerando mais carga de trabalho para mim. Sou péssimo em “entreter” e não sirvo para o Twitch.
Vídeos só são “úteis” se vocês quiserem vídeos focados em ambientação específica de uma era de jogos. Por exemplo: Diferentes interpretações de um mesmo tipo de ambiente por diversos artistas durante os anos 80/90 (NÃO, NADA DE AI OK? OK). Sinceramente, não é uma má ideia, mas uma que toma tempo. Eu não apaguei completamente o projeto, mas ele está na geladeira por ora.
Sou eternamente grato a todos vocês que acompanham o site, que decidem separar um pedacinho do dia ou semana para ler, comentar ou compartilhar os meus textos. Ainda não acredito que eu estou fazendo isso a mais de 10 anos, mas eu também não imaginaria que a minha vida iria dar tantas guinadas em tão “pouco” tempo.
Feliz 2024, e que esse ano venha com mais jogos de qualidade, saúde, e por favor bastante descanso para todos nós. Mais uma vez, obrigado