Adiado mais vezes do que o meu texto de melhores da década (juro que ainda sai esse ano!), a Pixel Machine anunciou em nota que o RTS / Sandbox Invasion Machine estará disponível em acesso antecipado a partir de 26 de fevereiro por US$19,99. Preço no Brasil ainda não foi divulgado.
A proposta da desenvolvedora é tanto ambiciosa quanto possivelmente problemática; ela quer desenvolver quase que uma versão em tempo real de Afghanistan ’11. Ambientado em uma região do Oriente Médio, você deve estabelecer patrulhas, bloqueios, trabalhar junto com a população para identificar possíveis alvos ou inimigos e tentar agradar os políticos dos EUA.
A campanha, dividida em oito capítulos – com parte dela já presente em 26 de fevereiro – vai trabalhar essa história e fazer com que você tenha que lidar com inúmeros problemas logísticos. O seu equipamento não é eficaz para o terreno no qual atua, a população não confia em você e comboios são alvos fáceis.
O tema “Guerra Sem Fim”, muito utilizado desde os meados de 2010 para descrever a presença de tropas dos EUA na região do Oriente Médio, fica cada vez mais difícil de ser retratada em um jogo. A vantagem da One Single Soldier em Afghanistan ’11 foi a abstração e a inclusão mais pontual das políticas que prevaleciam no Afeganistão. De operações como a destruição de fazendas de Papoula a inserção de políticos cujo pensamento se alinhava com o dos EUA. Colocar, portanto, um país “brando” como a Pixel Machine quer em Invasion Machine requer muito cuidado para não cair, mais uma vez, em estereótipos.
Permaneço, é claro, interessado na proposta e ainda mais no conceito sandbox / estratégia. Há espaço para inovações na forma que se constrói e se desenrola uma missão, e o gênero precisa de mais exemplos o quanto antes.